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G8 e Brasil

Agências (sv)18 de outubro de 2008

Em Berlim, ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, defende "integração de novas potências" no grupo dos mais ricos e poderosos do mundo, visando a construção de "uma nova arquitetura financeira mundial".

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Steinmeier: candidato social-democrata nas próximas eleições defende ampliação do G-8 para entrada de emergentesFoto: AP

Ao discursar durante uma convenção extraordinária do Partido Social Democrata (SPD), em Berlim, o ministro das Relações Exteriors, Frank-Walter Steinmeier, falou sobre o que chama de "uma segunda fase da globalização". Steinmeier defendeu a necessidade de ampliação do chamado Grupo dos 8 (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Rússia).

Segundo o ministro, a história ensina que "a ascensão e a queda de grandes potências foram acompanhadas, na maioria das vezes, por violência, guerra e destruição. Precisamos mostrar agora que aprendemos alguma coisa com isso". Neste contexto, o ministro ressaltou a necessidade de uma aproximação do G8 da "China e de todas as outras potências asiáticas", bem como da Rússia e da Turquia.

O ministro defendeu ainda a cooperação do grupo com "influentes países emergentes desde a Ásia Central até o norte da África, do Brasil ao México. E com um governo nos EUA, que reconheça que não é uma postura inteligente agir sozinho, pois corre-se o perigo de acabar sozinho. E esta não pode ser a meta".

Interesse próprio

A sugestão de Steimeier, que acaba de ser nomeado para concorrer pelo Partido Social Democrata (SPD) à chancelaria federal nas eleições legislativas do ano que vem, se dá em função da atual crise financeira. "Precisamos trazer novos jogadores à mesa", disse o ministro, ao ressaltar que a ampliação do G8 não é "uma oferta de justiça", mas sim um projeto "de interesse próprio" dos países ocidentais.

Em pronunciamento carregado de referências à crise financeira, ele reiterou que a evolução dos últimos meses evidenciou que o capitalismo descontrolado requer a resposta de uma democracia social. "A democracia demonstrou nestes dias que funciona, ao contrário de muita gente movida pela cobiça, que pôs todo o sistema em jogo", disse.

Segunda fase da globalização

Ao lembrar de que o G8 precisa de novos poderes na Ásia, no Oriente e na América do Sul – "do Brasil ao México" – o ministro lembrou que a Europa deve "assumir uma maior responsabilidade e impor suas idéias sociais".

Em 2007, o encontro do G8 realizado na Alemanha havia contado com a participação especial de cinco países emergentes – Brasil, China, Índia, México e África do Sul. Ainda este ano, disse o ministro, o próximo encontro de cúpula do G8 não deverá se resumir apenas à presença dos oito membros do grupo. Outros países serão convidados, num encontro em busca de soluções para a crise internacional do sistema financeiro.

Há anos que vem sendo debatida a possibildiade de entrada no Grupo dos 8 dos emergentes Brasil, China e Índia. A premiê alemã, Angela Merkel, havia se pronunciado, antes da crise financeira, várias vezes contra a idéia.