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Ministro alemão apóia transgênicos

Sean Sinico (rsr)26 de dezembro de 2005

Em contraste à atual política para o setor, o novo ministro alemão da Agricultura apóia a tecnologia de sementes geneticamente modificadas ao invés da agricultura orgânica.

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Mais espaço para sementes geneticamente modificadasFoto: AP

A notícia de que o atual ministro alemão da Agricultura, Horst Seehofer, apóia a produção de alimentos transgênicos agradou às empresas do ramo.

A Monsanto e a Pioneer Hi-Bred saudaram a decisão como uma ruptura na "política ideológica" propagada pela ex-ministra da Agricultura, Renate Künast (Partido Verde).

As duas companhias produzem os três tipos de sementes MON 810, recentemente aprovadas, para uso e venda por agricultures alemães.

"As sementes ficaram presas no sistema por um tempo", diz Heinz Degenhardt da Pioneer Hi-Bred. "O processo de aprovação regular poderia ter sido concluído há muito tempo, se não fosse barrado por motivos políticos", critica.

Histórico

Bildgalerie Minister Horst Seehofer Verbraucherschutz und Agrar
Horst Seehofer apóia produção de alimentos transgênicosFoto: dpa

A pasta de Künast bloqueara a aprovação desses organismos geneticamente modificados. Eles produzem uma bactéria que mata as pestes encontradas em algumas partes da Alemanha, supostamente sem nenhum efeito nocivo para os humanos.

Enquanto o novo ministro da Defesa do Consumidor, Nutrição e Agricultura, Horst Seehofer, informou ao jornal Berliner Zeitung que "quer promover alimentos modificados", um porta-voz do Ministério confirmou somente que a política dos transgênicos estava sendo examinada.

Entretanto, espera-se um número considerável de mudanças na indústria de transgênicos neste novo governo, com o conservador Seehofer à frente da pasta.

"Estamos naturalmente na expectativa de outras mudanças políticas", revela Andreas Thierfelder, da Monsanto. "Esperamos que o governo faça aquilo a que se comprometeu, mudando a lei de engenharia genética".

Uma questão de coexistência

Grüne Gentechnik in den USA
Monsanto é uma das empresas a se beneficiar da nova políticaFoto: DW

"O mercado de produtos convencionais e modificados mostra que a coexistência é possível na Alemanha", acrescenta Thierfelder.

Opositores aos transgênicos divergem. Para Peter Röhrig, da Federação da Indústria de Alimentos Ecológicos, há um número de fatores impedindo essa coexistência, e quem paga o preço é o consumidor contrário a estes produtos.

"O escritório federal alemão para variedades de plantas aprova entre 15 e 20 tipos de grão todo o ano para o cultivo na Alemanha", informa Thierfelder. "No futuro haverá aprovação de sementes geneticamente modificadas, e isso se tornará comum".

Perigos incalculáveis

Por tratar-se de uma indústria jovem, os opositores também alertam sobre os perigos do estudo insuficiente dos grãos, antes de chegarem ao mercado. "Há análises de curto prazo, realizadas em ratos e coelhos, mas nada de longo prazo em humanos", relata Röhrig.

Recentemente, na Austrália, a combinação entre dois genes da ervilha se tornou tóxica. "Ainda há muita coisa que não sabemos, e ninguém está buscando as respostas de forma a garantir a saúde das pessoas", comenta.

Grennpeace Protest gegen Gen Mais
O Greenpeace também ataca os transgênicosFoto: AP

Embora admitindo que sempre há uma ameaça potencial, os produtores insistem que seus grãos são tão seguros quanto outros disponíveis no mercado. "Não há tecnologia completamente livre de risco", argumenta Thierfelder. "Mas achamos – e as autoridades são da mesma opinião –que o risco é aceitável".

Críticas

O anúncio da nova política agrária foi motivo de críticas por parte de Fritz Kuhn, presidente do Partido Verde: "Seehofer entende por defesa do consumidor, a defesa do empresariado contra o consumidor", alfinetou.

"Fica a seguinte pergunta: quem protege o consumidor de Seehofer? Ao invés de se posicionar contra Renate Künast, deveria usá-la como modelo", conclui o líder verde.