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Minha Oktoberfest alemã

Aline Gehm Koller28 de setembro de 2007

Quem diria, entre um milhão de visitantes dos dois primeiros dias da edição 2007 da maior "Oktober" do mundo, lá estava eu. Prestei atenção em tudo para contar os detalhes a você. Acompanhe meu fim de semana em Munique.

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Aline Gehm Koller conta suas impressões da maior Oktoberfest do mundoFoto: Aline Gehm Koller
A ida para a Oktoberfest de Munique foi a primeira viagem que fiz desde que cheguei à Alemanha no começo de setembro. Estava super empolgada porque, além de conhecer a grande festa da cerveja, meus bisavós paternos nasceram em Munique.

Viajei de um jeito bem alemão: um sistema oficial de caronas, chamado Mitfahrzentrale. É seguro, mais barato e funciona bem. Só precisei entrar na internet, achar alguém que estivesse indo para Munique, ligar e combinar o local de saída para a viagem.

Fomos escutando rádio e, ao contrário do que imaginei, só uma das músicas foi alemã, e quando começava alguma no estilo Volksmusik – música tradicionalmente alemã para nós brasileiros – a motorista ria e trocava de estação. Para os alemães daqui, essas são as músicas bregas. Para minha emoção, quando chegamos em Munique, tocou, em português, a lambada Chorando se Foi, do Kaoma!

Falando português em Munique

Uma alemã que conheci no Brasil me hospedou e ficou feliz em treinar o português comigo. Fui à Oktoberfest com um grupo de amigos vindos do Brasil. Em direção à festa, pegamos um ônibus e estávamos perdidos com a compra automática de bilhetes, quando uma jovem levantou perguntando em português se precisávamos de ajuda.

Era uma brasileira que veio aos cinco anos para Munique após ser adotada por uma família alemã. Ela nos acompanhou ao U-Bahn (metrô), que estava lotado de pessoas vestidas "a caráter". Foi fácil encontrar o local da festa, só seguimos a multidão.

O difícil era caminhar por lá! Achar um lugar para sentar então, quase impossível. A maioria das tendas só abre às 10 horas da manhã e havia filas enormes de pessoas esperando para entrar. As filas para o banheiro feminino também eram gigantescas, por isso muitas mulheres freqüentam o banheiro masculino. Decidimos ficar numa mesa fora da tenda, pois meus amigos queriam provar a cerveja alemã o mais rápido possível. E ninguém vende cerveja para quem está em pé.

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Orgulho de ser brasileiro e ter a segunda maior Oktoberfest do mundoFoto: Aline Gehm Koller

Em menos de duas horas de "Oktober", fizemos a maior festa ao encontrar jovens brasileiros que trabalham em Munique. Um deles, que vestia a camiseta do Grêmio e era o único que havia conseguido matar a sede, foi barrado pelo segurança da área onde estávamos, pois seu caneco era de outra tenda.

Aliás, ninguém pode andar pelo parque com o caneco na mão. Uma jovem de Blumenau reclamou que, pela facilidade de comprar cerveja quando e onde se quer, a Oktoberfest de sua cidade é melhor.

Munique x Blumenau: o que muda?

A bancária Giselle Caroline Fernandes, de Brasília-DF, esteve quatro vezes na Oktoberfest de Blumenau e também elogia a praticidade de comprar cerveja na festa brasileira. Mas o que a encantou por aqui foi ver mais pessoas vestidas com roupas típicas, o fato de ter uma estação de metrô dentro do parque e a grande confraternização que acontece com gente de todo o mundo.

Participei duas vezes da Oktoberfest em Blumenau, pois antes de vir para a Alemanha morava em Florianópolis-SC. Entre semelhanças e diferenças, as duas festas são ótimas. Gosto do maior espaço que se tem para dançar na festa brasileira, pois aqui as bandas também tocam boas músicas de todos os tipos nas tendas, mas a única forma de dançar é subindo no banco.

Oktoberfest München 2007 freies Bildformat
As tendas são uma boa opção para escutar as bandas alemãs. Mas, depois de algumas cervejas, dançar em cima do banco fica complicadoFoto: Aline Gehm Koller
A vantagem da festa alemã é que não se paga ingresso para entrar no parque e nas tendas. A programação se inicia pela manhã e vai até a meia-noite, ao contrário da Proebe catarinense, que abre seus portões à tarde e encerra a festa de madrugada, chegando até as 5h em alguns dias.

Para encerrar as comparações, um dos brasileiros do grupo, Francisco Wander, resumiu: "a Oktoberfest de Blumenau é excelente, mas a de Munique é a original".

Saldo da festa alemã

Claro que algumas coisas me marcaram negativamente. À noite, vi uma garota ser carregada na maca da cruz vermelha, e também a polícia separando uma briga. E, em plena luz do dia, na mesa ao lado da nossa, um grupo de italianos cheirou cocaína. Para os moradores de Munique, a Oktoberfest é BBB: bagunça, barulho e bebedeira. Eles preferem ir à festa durante os dias de semana, quando o movimento de turistas é menor.

Mas prefiro guardar a lembrança da parte positiva da Oktoberfest de Munique. Muitas famílias se divertindo. Crianças de colo usando roupas típicas. Os desfiles com bandas tocando músicas alemãs e lindos cavalos puxando as carroças enfeitadas com flores. Boa comida, boa bebida, lembrancinhas caras, mas bonitas. Em apenas dois dias de festa, fiz amigos da Alemanha, Brasil, Suíça, EUA, Peru, Portugal e Itália. Uma experiência que ficará para sempre guardada na memória.