Encontro de Merkel com Putin
21 de janeiro de 2007A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente russo Vladimir Putin pretendem impedir futuras irritações relativas ao abastecimento energético da União Européia. Num encontro neste domingo (21/01) em Sotschi, na costa do Mar Negro, Merkel pediu a Putin uma melhoria da comunicação em casos de crise.
"As relações entre a Rússia e a UE precisam ser estratégicas, estreitas e duradouras", disse a chefe do governo alemão. Putin disse que seu governo vai procurar alternativas para o transporte de gás e petróleo à Europa, reduzindo a dependência de países vizinhos e evitando interrupções no fornecimento, como a que ocorreu durante a recente crise entre a Rússia e Belarus.
Regras transparentes
Merkel disse que há uma dependência estratégica da Europa do abastecimento energético russo, que poderia regulamentado por uma cláusula do acordo de cooperação e parceria EU-Rússia, cuja renovação está sendo bloqueada pela Polônia.
Putin afirmou que as relações de fornecimento de gás e petróleo precisam ser baseadas em regras claras e transparentes, que sejam respeitadas pelos dois lados. Ele rebateu as acusações de que a Rússia usou a "energia como arma" contra a Ucrânia, na crise ocorrida no início de 2006. A UE exige que a Rússia ratifique a Carta Européia de Energia.
Futuro do Kosovo
Um outro tema do encontro entre Putin e Merkel foi o futuro status do Kosovo. Putin manifestou-se contra uma decisão imposta de fora. "Uma solução rápida desse problema só é possível, se ela for aceitável para a Sérvia e para o Kosovo. A Europa não pode ter interesse numa decisão que humilhe o povo sérvio", disse.
Merkel defendeu uma solução transparente com a participação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A chefe do governo alemão voltou a propor uma reforma da ONU, "para que ela tenha mais legitimidade para resolver problemas desse tipo".
Segundo o presidente russo, a presidência alemã da UE e do G-8 pode contribuir para uma melhora das relações de seu país com o Ocidente. "Diante das boas relações que temos com a Alemanha, esperamos que sua presidência nos ajude a estabelecer relações com outros países e organizações como um todo", afirmou.