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Merkel e Hollande apelam por acordo até sábado

26 de junho de 2015

Chanceler alemã e presidente francês dizem que deve ser "feito de tudo" para negociar dívida do país. Ministro das finanças grego critica demandas dos credores e diz que não vai assinar acordo que considere "inviável".

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Foto: Reuters/H. Hanschke

Após mais um dia de negociações frustradas, líderes europeus afirmaram nesta sexta-feira (26/06) que a Grécia e os credores internacionais precisam chegar a um acordo até este sábado.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, tiveram uma reunião privada com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, antes da sessão final da reunião de cúpula da União Europeia. Merkel e Hollande pediram que a Grécia aceite um acordo no sábado para evitar um calote da dívida. Tsipras, por sua vez, expressou a frustração de seu governo com as demandas dos credores por medidas de austeridade.

Merkel disse que os ministros das Finanças da zona do euro "terão que continuar trabalhando" nos próximos dias, diante do prazo apertado. "Todos os líderes endossaram a ideia de que tudo deve ser feito para encontrar uma solução até sábado", disse Merkel.

Para Hollande, um acordo deve acontecer antes do fim do prazo para o pagamento da dívida grega. Atenas tem até a próxima terça-feira, 30 de junho, para devolver 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e evitar um calote que pode resultar na saída do país da zona do euro.

"Eu considero que a reunião no sábado é crucial", afirmou Hollande. "Temos de fazer tudo o que pudermos. A França vai trabalhar de maneira que consigamos chegar a um acordo universal e durável." O presidente francês deixou Bruxelas às pressas e retornou ao seu país na manhã desta sexta-feira, devido a um ataque terrorista a uma fábrica próxima a Lyon.

Mais uma rodada sem resultados

Reunidos em Bruxelas na quinta-feira, Tsipras e altos representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e FMI não conseguiram negociar uma lista de medidas de austeridade para a Grécia.

Os credores exigem que o governo grego aplique uma série de reformas, para que seja liberada a última parcela do plano de resgate econômico do país, no valor de 7,2 bilhões de euros.

No Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, descartou a realização de uma nova cúpula entre líderes da zona do euro, como a convocada no início da semana. Segundo ele, a expectativa é de que o Eurogrupo conclua o processo de negociação no sábado.

Varoufakis: "Não vou assinar algo que considere inviável"

Em entrevista à rádio nacional irlandesa RTÉ, o ministro grego das finanças, Yanis Varoufakis, afirmou nesta sexta-feira que o país fez tudo o que podia para atender às "estranhas demandas" feitas pelos credores. Ele acrescentou que o país está determinado a continuar na zona do euro, mas que não vai aceitar uma solução que considere "inviável".

"Eu sou contra aumentar os impostos para as empresas, mas também sou contra aumentar impostos para hotéis e cortar a aposentadoria de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza", declarou.

"Há questões que colocam o meu governo numa situação impossível. Tenho que fazer uma má escolha em meio a outras más escolhas muito difíceis", criticou.

Para o ministro, o pacote de austeridade imposto à Grécia pode destruir as chances de crescimento e tornar mais difícil ao país pagar suas dívidas. "Se me pedirem para assinar um acordo que é claramente inviável, eu não vou fazer."

KG/rtr/afp