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Merkel defende unidade europeia e critica movimento xenófobo

31 de dezembro de 2014

Em discurso de Ano Novo, chanceler federal defende Europa unida e pede que alemães não se rendam a movimento anti-islâmico. Segundo ela, imigração é um ganho para o país.

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Foto: Reuters/Maurizio Gambarini/Pool

A unidade da Europa é a chave para superar a crise na Ucrânia, diz a chanceler federal alemã, Angela Merkel, em seu discurso de Ano Novo, a ser pronunciado nesta quarta-feira (31/12) e que teve o texto antecipado à imprensa.

"Queremos a segurança na Europa junto com a Rússia, e não contra a Rússia", afirma a chanceler. Mas também é claro que "a Europa não pode e não vai aceitar o suposto direito de um mais forte, que viola o direito internacional", diz Merkel, referindo-se ao conflito no leste ucraniano.

Em resposta, destaca a chefe de governo, a Europa decidiu não se deixar separar, mas sim agir mais forte do que nunca como unidade, para defender seus valores e a paz.

Ameaça do "Estado Islâmico"

Em seu discurso, a chanceler também alerta para o perigo representado pela organização extremista "Estado Islâmico" (EI), que domina grande parte do Iraque e da Síria.

Neste ano, diz Merkel, o grupo terrorista "perseguiu e matou de maneira brutal todos aqueles que não se submeteram ao seu domínio". "O EI também ameaça nossos valores em casa", afirma a chanceler quanto à influência do grupo sobre a Europa.

Refugiados e imigrantes

Diante de guerras e conflitos mundo afora, Merkel garante que a Alemanha ajudará refugiados. O número atual de refugiados é o maior desde a Segunda Guerra Mundial, destacou, e muitos escaparam da morte.

"É claro que os ajudamos e acolhemos aqueles que aqui buscam refúgio", afirma. Segundo ela, é um elogio à Alemanha o fato de filhos de indivíduos perseguidos poderem ter crescido sem medo no país. A imigração, assinala, é um ganho para todos os alemães.

Alerta contra xenofobia

Com palavras claras, Merkel se se dirige no discurso aos membros do movimento anti-islã Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente"), que protestam contra uma suposta "alienação" da Alemanha.

A chanceler pediu aos cidadãos alemães que não se deixem influenciar pelos organizadores do movimento, que, segundo ela, querem excluir pessoas a partir da cor da pele ou de religião diferentes.

"Por isso, digo a todos que participam desses protestos: 'Não siga aqueles que os convocam! Pois frequentemente eles têm preconceito, frieza e até mesmo ódio em seus corações'", diz Merkel.

A chefe de governo critica também o fato de os manifestantes se apropriarem do slogan "Nós somos o povo", do movimento civil da antiga Alemanha Oriental.

A união faz a força

No texto, Merkel encoraja os alemães para o ano de 2015, destacando o valor da união. "Também no ano que vem, deveríamos juntos fazer de tudo para fortalecer a coesão do nosso país", afirma.

Segundo a chanceler, isso faz a sociedade alemã ser humana e é a base para o sucesso do país. Assim, a Alemanha poderia encarar desafios futuros, como a revolução digital e o envelhecimento da população.

Para o posto de presidente do G7, em 2015, Merkel destaca no discurso seu engajamento pessoal a favor da proteção climática. Para isso, reitera ser preciso finalmente se chegar a novos acordos efetivos.

LPF/dpa/epd/afp/rtr