1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Merkel critica líderes da UE na véspera de cúpula europeia

Alexandre Schossler27 de junho de 2012

Ao apresentar no Parlamento os planos do governo para a cúpula da UE, chefe de governo fez críticas aos planos de reforma propostos pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e outras líderanças do bloco.

https://p.dw.com/p/15MGw
Foto: picture alliance/dpa

Um dia antes da cúpula da União Europeia (UE), a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ressaltou nesta quarta-feira (27/06) sua oposição às propostas de reforma feitas pelos principais líderes do bloco. Em um discurso diante do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, sobre as posições de seu governo para o encontro em Bruxelas, Merkel criticou os planos de repartir a responsabilidade pela dívida entre os Estados do euro, contidos num documento apresentado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, para ser discutido na cúpula.

A chefe de governo alemã afirmou que compartilhar a dívida pode sobrecarregar a Alemanha. "Não vamos permitir isso", afirmou. Ela se disse pronta para discussões. "Não tenho ilusões", garantiu. "Espero debates controversos em Bruxelas." Merkel, entretanto, lembrou que continua convencida de que a crise da dívida soberana só pode ser resolvida por reformas estruturais nos países em crise.

Ela ressaltou que considera uma coletivização da dívida através dos chamados eurobonds uma ideia "economicamente errada", acrescentando ser uma "solução de fachada e falsa". Se referindo à proposta de reforma do líder da UE Van Rompuy, ela acrescentou que "discorda com veemência" da ideia do relatório, o qual prioriza, segundo Merkel, a responsabilidade mútua pela dívida, deixando em segundo plano questões relativas a melhores controles e compromissos.

Abdicação de poderes

As propostas para uma reforma abrangente da UE apresentadas por Van Rompuy foram formuladas em cooperação com o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e com o chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. O documento abre discussão sobre uma histórica abdicação de poderes dos governos e parlamentos nacionais. Além de uma coletivização da dívida a médio prazo, ele propõe um controle severo dos orçamentos nacionais e um controle dos bancos, através de uma instância da UE.

Eurozone Barroso Rompuy PK beim G20 Gipfel in Los Cabos
Van Rompuy e Barroso: líder alemã disse estar pronta para debateFoto: Reuters

Merkel disse concordar, em princípio, com as afirmativas contidas no documento sobre a necessidade de uma política fiscal integrada e uma cooperação no setor bancário, para melhoria da competitividade e reforço da legitimidade democrática. A chefe de governo admitiu que as receitas de um futuro imposto sobre transações financeiras – proposta já aprovada pelos ministros das Finanças e a ser introduzida em pelo menos nove países da União Europeia – possam vir a beneficiar os que se aliarem ao projeto.

Merkeldisse ainda que, para haver mais competitividade nos países da UE e para se garantir, assim, o bem-estar de gerações futuras, é necessário que haja crescimento sustentável. A chanceler federal alemã defendeu a adoção de medidas de combate ao desemprego de jovens, incluindo o compromisso de oferecer emprego ou estágios a jovens recém-formados e o fomento à procura de empregos a nível europeu. Estas medidas deverão fazer parte de um programa de crescimento e emprego de 130 bilhões de euros a ser aprovado na cúpula da EU.

MD/afp/lusa/dpa
Revisão: Roselaine Wandscheer