Pesquisa de opinião
22 de junho de 2007Vinte e oito por cento do eleitorado da Europa acredita que a chanceler federal alemã, Angela Merkel, deveria assumir um papel de liderança forte na UE. Essa porcentagem a coloca muito à frente de outros políticos europeus, de acordo com a pesquisa conduzida pela Fundação Bertelsmann em 14 dos 27 Estados-membros da UE, entre maio e junho.
Depois de Merkel, o político com a maior popularidade foi o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, com 20%. Em terceiro lugar, ficou o recém-eleito presidente francês, Nicolas Sarkozy, que alcançou 15% da preferência dos europeus, e em quarto, com 14%, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
Cerca de 47% das 13.840 pessoas questionadas acreditam que a União Européia precisa de personalidades capazes de promover uma grande liderança política, enquanto 13% defendem que ninguém deveria assumir esse papel e 32% disseram não acreditar que exista um déficit de grandes líderes.
Apoio de casa
A maior popularidade da chanceler alemã veio de seu país, onde ela alcançou 58%. Na França, 36% dos entrevistados também desejam que a chanceler assuma um forte papel de liderança na UE.
Entretanto, ela obteve apenas 17% na Polônia e 11% no Reino Unido. Esses valores seriam um reflexo da oposição desses dois países a um novo tratado, defendido por Merkel, que substituiria o projeto de Constituição européia.
Blocos de países
A maioria dos entrevistados defende ainda que não deveria haver apenas lideranças individuais, mas também coletivas na forma de grupos de países. Apenas 10% das pessoas consultadas demonstraram-se desfavoráveis a essa idéia.
Entretanto, a antiga união franco-germânica não seria uma delas. Mesmo que 30% dos franceses apóiem essa idéia, apenas 16% dos alemães e 11% do total de entrevistados possuem a mesma opinião.
A opção mais votada, 33%, é a de que o grupo de países líderes deveria ser formado pelas nações que adotaram o euro. Os entrevistados que mais apoiaram essa idéia foram os holandeses, 54%, e os espanhóis, 49%.
A segunda opção mais defendida, com 18% dos votos, foi um bloco formado pela Alemanha, pela França e pelo Reino Unido.
Políticos fora do perfil padrão
De acordo com Dominik Hierlemann, especialista em assuntos europeus da Fundação Bertelsmann, "os cidadãos da UE sabem que a União Européia precisa de mais políticos com perfil de líderes, além de blocos menores de países capazes de promover lideranças. Agora que há 27 Estados-membros, isto não pode se resumir à aliança entre a França e a Alemanha".
Sobre os requisitos desses novos líderes, Armando Garcia, outro especialista da fundação, acrescenta que "a boa aprovação de José Manuel Barroso, o presidente da Comissão, indica que não apenas políticos nacionais devem ser considerados. Personalidades que escapam do perfil padrão e desejam trazer avanços são necessárias em Bruxelas". (vn)