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Mercado de trabalho britânico já sente efeitos do Brexit

5 de agosto de 2016

Devido ao clima de incerteza após decisão pela saída do Reino Unido da União Europeia, muitas empresas britânicas passaram a oferecer apenas contratos temporários, aponta estudo.

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Trabalhadores de uma fábrica no Reino Unido
Foto: picture-alliance/dpa/D.Davies

O mercado de trabalho britânico já começou a sentir os efeitos do referendo em que a maioria da população votou pelo Brexit, aponta um estudo divulgado nesta sexta-feira (05/08). Segundo dados da Confederação do Recrutamento e Emprego (REC), a queda verificada no número de novas vagas permanentes foi a mais acentuada desde a recessão em 2009.

"Em julho, o mercado de trabalho sofreu uma dramática queda livre", afirma Kevin Green, chefe da REC. "As turbulências econômicas após a votação pela saída do Reino Unido da União Europeia são, sem dúvida, a razão."

Segundo a pesquisa, devido ao clima de incerteza, muitas empresas pararam de contratar funcionários fixos e, agora, disponibilizam vagas somente com contratos temporários.

Banco da Inglaterra tenta estimular economia

Também devido às incertezas econômicas, o banco central britânico cortou nesta quinta-feira, pela primeira vez em mais de sete anos, a sua principal taxa de juros – de 0,5% para 0,25%, o nível mais baixo dos 322 anos de história da instituição.

O banco anunciou ainda um programa de incentivo bilionário para impulsionar a economia britânica por meio de um programa de compra de títulos públicos para injetar mais de 60 bilhões de libras na economia. Além disso, a instituição vai investir até 10 bilhões de libras em títulos de empresas.

A autoridade monetária de Londres reage, assim, contra uma eventual ameaça de recessão no Reino Unido. Antes da votação que selou o Brexit, o banco estimava uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% em 2017. Agora, a previsão é de um crescimento de 0,8%.

Após o referendo pró-Brexit, os britânicos temem não ter mais acesso ao mercado interno da União Europeia – o que se reflete na confiança do consumidor e nos investimentos. No último dia 23 de junho, quase 52% dos britânicos votaram pela saída do bloco europeu.

De acordo com a revista alemã Wirtschaftswoche, o Reino Unido tem uma dívida de cerca de 25 bilhões de euros com a União Europeia. Segundo a publicação, que cita fontes em Bruxelas, Londres não poderá sair do bloco até quitar o valor. "Se os britânicos não saldarem a dívida, um acordo com o Reino Unido é inimaginável", disse uma fonte.

FC/rtr/afp