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Mercado de energia solar em franca expansão na Alemanha

(sv)8 de setembro de 2002

Especialistas preconizam um verdadeiro boom do setor, que deverá até 2010 movimentar oito bilhões de euros e criar 100 mil empregos.

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Frango sendo cozido com uso de energia solarFoto: GTZ

"A Alemanha tem a possibilidade de se tornar o maior fornecedor de unidades de produção de energia solar do mundo", afirma Carsten Körnig, presidente da União dos Produtores de Energia Solar. O setor, segundo Körnig, foi o responsável nos últimos anos pela criação de 18 mil empregos na Alemanha, com tendência crescente. "Principalmente empresas de médio porte foram beneficiadas pelo boom solar", comenta Körnig.

Indústria –

Apesar das derrotas da delegação alemã na Conferência do Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, o uso de energias renováveis, entre elas a solar, tende a crescer em todo o mundo. "Estamos a caminho de passar de um nicho empresarial para uma verdadeira indústria", acredita Körnig.

A energia solar pode ser utilizada através de dois procedimentos básicos: térmico ou fotovoltaico. O primeiro, aproveita o calor do sol como forma de aquecimento da água ou, por exemplo, na secagem de produtos agropecuários. O segundo processo converte a energia luminosa diretamente em energia elétrica.

Hoje, 460 mil casas alemãs e mais de 600 mil piscinas públicas do país usam a energia solar como forma de aquecimento, movimentando apenas no último ano 650 milhões de euros. Já empresários que comercializam unidades de produção, que convertem a energia solar em energia elétrica, foram responsáveis por um volume de negócios em torno dos 500 milhões de euros em 2001. Segundo especialistas, o uso da energia solar trouxe uma redução das emissões de dióxido de carbono de mais de 660 mil toneladas.

Maior demanda –

Em conseqüência das recentes catástrofes naturais, a demanda de unidades de produção de energia solar tem aumentado significativamente. Na Alemanha, o setor vive dias de perspectivas ensolaradas. "O mercado da energia solar térmica cresceu 157% e o uso fotovoltaico explodiu em 574% nos últimos dois anos. Os dois setores registraram nesse espaço de tempo um volume de negócios de mais de 1,15 bilhão de euros", observa Körnig.

Governo verde –

Para o empresariado, o boom do setor foi favorecido em muito pela política do governo verde-social-democrata, que vem estimulando o uso da energia solar no país. Medidas como "a lei das energias renováveis" ou o "programa dos 100 mil tetos" tornaram investimentos em unidades de energia solar lucrativos também para o cidadão comum.

A conseqüência foi um sensível aumento do número de alemães que tomam banho e têm um sistema de calefação com a energia do sol. Além disso, cerca de 60 mil tetos de casas no país estão munidos de células capazes de converter a energia do sol em energia elétrica. Trata-se, no entanto, apenas de um pequeno passo em direção à "era solar", como ressaltam os especialistas, pois o setor ainda abocanha a mínima parcela de 0,03% do mercado energético na Alemanha.

Exportações –

Isso para não dizer das exportações, que ainda dão seus primeiros passos. "Nós esperamos que o governo trabalhe realmente de forma intensa, para que as chances de exportação dos empresários do setor possam crescer nos próximos anos", alerta Körnig.

O diretor da Federação Alemã de Energia Solar, Gerhard Stryi-Hipp, vê com otimismo o futuro dos fornecedores de unidades geradoras de energia solar. "Até 2010, o setor estará apto a concorrer com as formas de energia convencionais. Teremos então um volume de negócios em torno de oito bilhões de euros, além de termos criado 100 mil novos empregos", acredita Stryi-Hipp.