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Mentira ou omissão da verdade?

rw4 de julho de 2003

Chanceler federal contestou acusações da oposição de que governo enganou alemães sobre a situação das finanças durante campanha eleitoral. CPI da mentira eleitoral faz agora relatório para discussão no parlamento.

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Schröder não vê motivo para se desculparFoto: AP

Em depoimento perante a CPI da mentira eleitoral, como ficou conhecida, Gerhard Schröder disse que a última estimativa oficial da arrecadação antes das eleições (de maio de 2002) não justificava correções na perspectiva de crescimento econômico elaborada pelo governo. "Os especialistas acreditavam que haveria uma recuperação no segundo semestre", argumentou o premiê alemão.

Além disso, no depoimento de três horas, Schröder recusou-se a pedir desculpas pelo fato de "supostamente não ter prestado explicações aos alemães sobre a real situação econômica em que o país se encontrava, antes da eleição de setembro de 2002".

Para o representante da União Democrata Cristã (CDU) na comissão, Peter Altmaier, o chefe de governo "perdeu uma grande oportunidade de mostrar-se honesto e aberto". O Partido Liberal, também de oposição, é de opinião que os eleitores foram enganados pelo governo.

Fim da primeira fase – Já o social-democrata na comissão, Dieter Wiefelspütz, rejeitou a acusação de mentira eleitoral, que considera uma ofensa. Acrescentou ainda que a oposição exerceu seu direito de fazer cobranças e que o chefe do governo não se esquivou de nenhuma resposta. Por seu lado, o verde Jerzy Montag espera que "agora finalmente a oposição supere as dores pela eleição perdida".

O depoimento de Schröder encerrou a fase de audiências da CPI, composta em janeiro. Nas 32 reuniões de trabalho, foram prestadas 30 audiências. A comissão elabora agora um relatório, a ser apresentado para discussão no parlamento em outubro ou novembro.

Beginn der Kabinettssitzung, Hans Eichel
Ministro das Finanças, Hans EichelFoto: AP

Eichel, figura-chave – No seu depoimento, em fevereiro, o ministro das Finanças, Hans Eichel, confirmou já ter sido alertado em julho do ano passado por funcionários de seu ministério para a possibilidade de a Alemanha ultrapassar o limite máximo de 3% para o déficit orçamentário estabelecido pelo Pacto de Estabilidade da União Européia e para um provável rombo nas arrecadações.

O escândalo estourou após o início do segundo mandato da coalizão social-democrata e verde, em outubro do ano passado, com a notícia oficial de que a arrecadação seria menor do que previsto, o déficit orçamentário maior e, com isso, a Alemanha acabou violando os critérios do Pacto de Estabilidade em 2002.

O trio oposicionista CDU, CSU e FDP argumenta que, um mês antes da eleição federal, já estava claro que o déficit orçamentário da Alemanha era superior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).