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Medicamento em teste provoca morte cerebral na França

15 de janeiro de 2016

Droga experimental da empresa Biotrial deixa seis pessoas hospitalizadas. Ministério da Saúde francês afirma que causas do incidente serão investigadas, sem especificar finalidade do medicamento.

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Frankreich Rettungswagen Symbolbild
Foto: Getty Images/Bongarts/A. Grimm

Seis pessoas que participavam de um experimento médico na França foram hospitalizadas na semana passada, informou o Ministério da Saúde francês nesta sexta-feira (15/01). Uma delas teria sofrido morte cerebral e outras três, dano cerebral possivelmente irreversível.

A ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, considerou o episódio grave, especificando que se tratava de um teste de um medicamento oral desenvolvido pela empresa farmacêutica francesa Biotrial, na cidade de Rennes, no noroeste da França.

Antes de se submeterem ao teste, os seis voluntários apresentavam boas condições de saúde. Eles faziam parte de um grupo de 90 pessoas que tomaram o medicamento, enquanto outros 30 teriam recebido um placebo.

Pierre-Gilles Edan, chefe do departamento de neurologia do hospital em Rennes onde os seis foram internados, disse que além do homem que sofreu morte cerebral, outros três pacientes estavam sofrendo com uma "deficiência que poderia ser irreversível". Outro teria apresentado problemas neurológicos, enquanto o sexto voluntário não apresentou sintomas, mas está sendo monitorado, disse o especialista.

O teste seria a primeira fase de um experimento em três etapas. Na primeira delas, os médicos testam o medicamento num grupo reduzido de pacientes para verificar os efeitos colaterais, antes de administrar o remédio a grupos maiores nas duas fases seguintes, em que a eficácia do produto é avaliada.

Tanto a ministra quanto a farmacêutica não divulgaram qual seria a finalidade do medicamento. Uma emissora francesa chegou a afirmar que o remédio seria à base de cannabis, o que o Ministério da Saúde negou.

A Biotrial afirmou em comunicado que "graves efeitos adversos" ocorreram durante os testes, que, segundo assegurou, foram realizados de acordo com as regulamentações de segurança.

Voluntários que concordam em participar de testes de medicamentos experimentais recebem pagamentos entre 100 e 4.500 euros, informou a empresa.

Touraine assegurou que os fatos que fizeram com que o experimento resultasse em danos graves à saúde das vítimas serão investigados.

Especialistas ressaltam que se trata de um caso extraordinário e afirmam que só se tem conhecimento de algo similar ocorrido no Reino Unido, em 2006, durante um teste de uma substância contra esclerose múltipla.

RC/afp/rtr/dpa