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May reorganiza governo em ano crítico para o Brexit

8 de janeiro de 2018

Primeira-ministra do Reino Unido inicia alterações no gabinete e no Partido Conservador para reafirmar sua autoridade. A medida é tomada após diversas renúncias importantes e diferentes escândalos.

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Premiê britânica, Theresa May, ao lado do recém-anunciado presidente dos conservadores, Brandon Lewis (gravata azul)Foto: Reuters/S.Dawson

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, iniciou nesta segunda-feira (08/01) uma reformulação no governo. A reforma, porém, não deve trazer mudanças nas pastas principais, como a de Relações Exteriores, que é ocupada pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson, um dos principais defensores do Brexit e crítico da chefe de governo.

Ao começar esta semana a atividade parlamentar após o recesso natalino, May dedicará dois dias – esta segunda-feira e terça-feira – para realizar mudanças em cargos ministeriais após a saída em dezembro de seu braço direito, Damian Green.

O até então secretário-geral do Partido Conservador, Patrick McLoughlin, foi o primeiro a deixar seu cargo. Ele vinha sendo criticado pelo trabalho na campanha eleitoral de junho do ano passado, quando os conservadores perderam a maioria absoluta que tinham na Câmara dos Comuns. O vice-ministro de Migração, Brandon Lewis, assumiu o posto.

Além de Johnson, especula-se que permaneçam em seus cargos os titulares das pastas de Economia, Philip Hammond; do Brexit, David Davis; e do Interior, Amber Rudd. Por outro lado, mudanças são aguardadas nos ministérios de Educação e Saúde. Segundo Downing Street, também haverá mudanças entre os secretários de Estado.

Os veículos de comunicação do Reino Unido ressaltaram que esta reforma de gabinete representa uma oportunidade para que May promova mais mulheres, já que, atualmente, há apenas seis em seu governo formado por 23 integrantes.

Em dezembro, May forçou Green – cujo cargo era o de primeiro secretário de Estado, uma espécie de chefe de gabinete – a apresentar sua renúncia depois que uma investigação interna do governo concluiu que ele violou o código de conduta ministerial ao fazer declarações "inexatas e enganosas" sobre a descoberta de material pornográfico em seu computador da Câmara dos Comuns em 2008. Seu substituto é David Lidington.

Green, de 61 anos, foi submetido a uma investigação interna depois que a jornalista e ativista conservadora Kate Maltby se queixou que o político teve uma atitude "inadequada" com ela durante algumas reuniões de caráter privado.

Após a denúncia, a imprensa britânica revelou que a polícia encontrou material pornográfico no computador de Green durante uma investigação em 2008 relacionada a vazamentos de informações do governo. O ex-primeiro secretário de Estado era um forte aliado e homem de confiança de May e a conhece desde a juventude –ambos estudaram na Universidade de Oxford.

Green foi o terceiro ministro a deixar o gabinete num espaço de semanas, depois das renúncias do secretário de Defesa e da ministra internacional do Desenvolvimento – ambos também após escândalos. Michael Fallon renunciou após acusações de assédio sexual, enquanto Priti Patel deixou o cargo após revelações de reunião secreta com líderes de Israel.

A reforma ministerial desta segunda-feira ocorre antes do início da segunda rodada de negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que será focada na futura relação comercial e de segurança entre Londres e Bruxelas assim que o país deixar o bloco, em 2019.

Em virtude do acordo sobre a primeira fase, alcançado em dezembro em Bruxelas, serão garantidos os direitos dos cidadãos comunitários que vivem no Reino Unido, Londres pagará uma soma considerável pelo "divórcio", e a fronteira entre Irlanda do Norte e República da Irlanda continuará sendo invisível.  

PV/efe/afp

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