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Mais meio litro

Marcio Weichert27 de março de 2003

Consumo de vinho cresce 500 mililitros per capita na Alemanha. Novos selos de qualidade e elogios da crítica impulsionam vendas de brancos Riesling nos EUA.

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Vinho tinto vem conquistando mais consumidoresFoto: Messe Düsseldorf

O país da cerveja bebe cada vez mais vinho. Em 2002, cada habitante da Alemanha consumiu em média 24,3 litros da bebida à base de mosto de uvas fermentado. Meio litro a mais do que no ano anterior, informa o Instituto Alemão do Vinho. Em termos monetários, nenhuma outra bebida alcoólica faturou mais: cerca de 3,6 bilhões de euros.

O mercado vinícola registra ainda a valorização do produto nacional e dos tintos por parte dos consumidores. Os vinhos Made in Germany responderam no ano passado por 45% das vendas. E a tendência de crescimento da demanda pelos tintos está estimulando muitos produtores a substituírem suas culturas.

Outro comportamento notado é a saída cada vez maior de produtos com preços mais em conta, afirma Hermann Pilz, redator-chefe da revista especializada Weinwirtschaft. Este aspecto não é exclusivo, entretanto, do segmento vinícola, mas de todos os gêneros alimentícios, refletindo-se no aumento das vendas das redes de supermercados populares, ou discounters, os únicos a crescerem numa época de estagnação no comércio varejista.

Rüdesheim
Colheita em Rüdesheim, no vale do RenoFoto: DW

Estagnados estão, por outro lado, os negócios de vinho por e-commerce. Menos de 5% das compras dos consumidores são realizadas pela internet. Segundo os entendidos, este número só comprova a tese de que o prazer de saborear um vinho começa no ato de sua compra.

A conquista da América

Motivo de comemoração entre os vinicultores é a recente conquista de um dos principais mercados consumidores do mundo. Apesar das recentes escaramuças políticas, os vinhos Made in Germany têm encontrado acolhida crescente nos Estados Unidos. "Os vinhos brancos Riesling alemães vivem uma cruzada vitoriosa. Estamos com um boom na demanda. As encomendas a alguns produtores subiram em até 80%", diz o príncipe Michael zu Salm-Salm, presidente da VDP, uma federação de produtores que estabeleceu novos padrões para a vinicultura e criou novos selos de qualidade.

Decisivos para o impulso nos EUA foram os elogios de especialistas norte-americanos. Considerado o "papa dos vinhos", Robert Parker incluiu os Riesling alemães novamente em sua lista de testes após 20 anos de ausência e acabou dando a eles notas de 90 a 100 pontos, ou seja, entre os melhores.

Este mês foi a vez de a revista Wine Spectator destacar a qualidade excepcional dos Riesling da região alemã do rio Nahe, na Renânia-Palatinado. Eles seriam dignos de culto. A colheita de 2001 seria a melhor dos últimos 30 anos. Desde 1997, produtores do Nahe seguem os padrões da VDP. Seus vinhos são 100% de uvas Riesling, todas colhidas manualmente, entre outras exigências.

A VDP acredita também no sucesso da safra 2002. "O trabalho conseqüente e orientado para a qualidade valeu a pena. Podas cautelosas, pouca adubagem e bem-sucedida proteção às plantas permitiram que as uvas resistissem surpreendentemente bem às chuvas", comenta o presidente da federação.

Vinhos espumantes na contramão

Anstossen in Berlin
Na Alemanha, brinda-se com Sekt quando se quer comemorar algo. O Ano Novo, por exemploFoto: AP

Em contraste com os produtores de vinhos tinto, branco e rosado, estão os ânimos dos fabricantes de vinho espumante. O segmento não está usufruindo do bom momento da vinicultura alemã. O consumo de Sekt, nome usado para identificar os vinhos espumantes Made in Germany, caiu 3% para 4,1 litros per capita em 2002.

Presidente da federação dos produtores de Sekt, Walter Bischof comenta resignado: "Vinho espumante é um barômetro da conjuntura." Diante da crise econômica, os cidadãos alemães não teriam motivos nos últimos tempos para abrir garrafas das primas alemãs da champanha. Mesmo assim, os consumidores alemães permanecem líderes no ranking de bebedores de vinho espumante, segundo a entidade. Embora as vendas tenham voltado a crescer em janeiro e fevereiro, a federação espera apenas a interrupção na queda de consumo este ano.