Mais de 400 manifestantes são presos no Capitólio dos EUA
12 de abril de 2016Mais de 400 manifestantes foram presos por protestar ilegalmente no Capitólio, o Congresso dos Estados Unidos, informou a polícia do Capitólio na segunda-feira (11/04). A maioria foi detida acusada de "aglomeração, obstrução e incômodo", segundo comunicado policial.
Centenas de pessoas se reuniram próximo ao Capitólio dos EUA para protestar contra as quantias exorbitantes de dinheiro gasto em campanhas eleitorais e a corrupção na política. O aumento da desigualdade tem se tornado uma questão política cada vez mais discutida nos EUA.
O ato foi organizado por uma aliança de grupos civis denominada Democracy Spring (Primavera da Democracia, em tradução livre). Segundo publicação em seu site, a manifestação foi realizada "para exigir que o Congresso tome medidas imediatas para acabar com a corrupção de grande quantidade de dinheiro em nossa política e garantir eleições livres e justas".
Os manifestantes gritaram palavras de ordem como "uma pessoa, um voto" e "dinheiro fora da política". Havia também cartazes e faixas que diziam "ganhem de volta a nossa confiança", "varram o dinheiro para fora da política" e "protejam os direitos de voto".
O Democracy Spring tem suas raízes no movimento Occupy, em que ativistas montam acampamentos em locais públicos e defendem causas ligadas ao combate às desigualdades sociais e econômicas. A ascensão do Democracy Spring coincide com as campanhas presidenciais populistas do democrata Bernie Sanders e do republicano Donald Trump – ambos se posicionam publicamente contra a influência do dinheiro de campanha sobre a atuação dos políticos.
"Nós vemos o populismo em ascensão em ambos os lados do espectro [político]. Os americanos estão cansados de ver seus políticos sendo comprados e pagos", disse o coordenador de comunicação do movimento, Peter Callahan. Ele garantiu que o movimento é não partidário.
Desigualdade em ascensão nos EUA
O aumento da desigualdade se tornou tema crescente na campanha eleitoral para a eleição presidencial americana. De fato, um estudo divulgado na segunda-feira mostrou que o 1% mais rico dos americanos vivem, em média, quase 15 anos a mais do que os cidadãos mais pobres.
O estudo do economista da Universidade de Stanford Raj Chetty, publicado pelo Journal of the American Medical Association, é baseado em bilhões de dados coletados junto a autoridades americanas de impostos e previdência. O estudo mostra que os ricos vivem mais tempo, independentemente do local em que moram.
"Houve um maior aumento na expectativa de vida para os grupos de renda mais alta durante a década de 2000", afirma o texto do trabalho científico. "Por exemplo, os homens com 40 anos e na camada do 1% mais pobre da distribuição de renda possuem expectativas de vida semelhantes à expectativa média de vida de homens de 40 anos no Sudão e no Paquistão."
PV/rtr/ap/dpa