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Mais de 100 mil em fuga da enchente

sm / mw15 de agosto de 2002

Três estados alemães estão evacuando cidades preventivamente. Ao descer o Rio Elba, águas deixam rastro de destruição. Risco de contaminação química na República Tcheca. Enchentes na Alemanha já fizeram nove mortos.

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Centro de Dresden sob as águasFoto: AP

As autoridades registram ainda 95 feridos. A inundação está afetando diretamente a vida de 4,2 milhões de pessoas. Em Hamburgo, a preocupação é menor. Estima-se que, na cidade portuária, o Elba subirá no máximo dois metros até meados da próxima semana. Os diques, porém, possuem 4,5 metros. Na Baviera, por sua vez, as águas estão baixando, após o fim das chuvas. Muitas regiões, porém, continuam alagadas.

Na Saxônia e na Saxônia-Anhalt, no entanto, corre-se contra o tempo para evitar o pior enquanto a massa d'água desce os rios Elba e Mulde, vindos da serra Erzgebirge e da República Tcheca. Nas cidades saxãs de Pirna e Heidenau, 30 mil pessoas começaram a deixar suas casas na noite de quinta-feira. Em Magdeburgo, mais 20 mil estão sendo convocadas a deixar suas residências nas proximidades do leito do Elba. No estado de Brandemburgo, mais 35 mil estão sendo transferidas para lugares mais seguros.

Enchente pode ser recorde

Em Dresden, a situação ainda é crítica. Cerca de 250 pacientes de hospitais da capital da Saxônia foram transferidos em aviões da Força Aérea alemã para outras cidades, entre elas Colônia, do outro lado do país.

Na madrugada de sexta-feira, o nível do Rio Elba em Dresden deve beirar o recorde de 8,77 metros, datado de 1845. A profundidade normal é de dois metros. No entanto, se as fortes chuvas continuarem na República Tcheca, elevando rapidamente o nível do rio Vitava, afluente do Elba, os peritos não excluem a possibilidade de as águas chegarem a nove metros na cidade histórica.

Nesta quinta-feira, as enchentes alagaram novos bairros de Dresden, além de todas regiões ribeirinhas. Em alguns casos, a população terá que contar com blecautes e interrupção do fornecimento de água potável e de alimentos, pois diversas pontes e estradas estão intransitáveis.

Cargueiros detonados para evitar o pior

Onde a primeira onda da enchente já passou, começa-se a ter uma idéia melhor da destruição. Em Schöna, por exemplo, na fronteira com a República Tcheca, as águas arrastaram ponte e três casas inteiras, destruindo ruas e parte de outras construções.

Pouco antes da fronteira, cinco chatas cargueiras foram explodidas. Com a força da correnteza, as amarras das embarcações haviam se rompido e elas desciam rio abaixo desgovernadas, ameaçando causar estragos em pontes e áreas urbanas.

Perigo de catástrofe química continua

Em Bitterfeld, respira-se aliviado após o dique de Greppin ter resistido ao primeiro choque com as águas, evitando que o alagamento do parque industrial químico da cidade. A temida catástrofe ecológica, porém, pode vir da República Tcheca.

No país vizinho, a indústria química Spolana, que armazena cerca de 250 mil quilos de ligas de mercúrio e quantidades menores de dioxina, substância altamente tóxica, foi alagada em 90% de suas instalações. Se houver vazamento, as águas do Rio Elba serão contaminadas.

O ministro alemão do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, decidiu fazer uma visita de emergência a Dresden. Com a atual velocidade do Elba, as substâncias tóxicas vindas da República Tcheca poderão chegar à cidade alemã dentro de dois dias, pois a fábrica inundada fica a apenas 120 quilômetros de distância. As autoridades temem que os tóxicos possam vir a contaminar não apenas as águas, mas também atingir diretamente áreas residenciais.