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Madri e Berlim discutem resolução sobre o Iraque

ef29 de abril de 2004

Alemanha e Espanha discutem uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU para encerrar o crescente conflito no Iraque, o mais rápido possível, anunciaram os líderes alemão Schröder e espanhol Zapatero, em Berlim.

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Schröder (dir) vê em Zapatero um novo fator de consenso na UEFoto: AP

Em sua primeira visita a uma capital da União Européia, o novo primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, disse, em Berlim, que o seu país está interessado numa iniciativa conjunta com a Alemanha e a França, no Conselho de Segurança em Nova York, para acabar com a difícil situação no Iraque. A meta tem de ser o restabelecimento da soberania do Iraque o mais rápido possível, esclareceu o premier socialista, depois de conversar com o seu anfitrião, o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, na noite de quarta-feira (28).

Negociações intensas sobre os passos concretos no grêmio máximo da Organização das Nações Unidas estariam em marcha com outros aliados europeus e também com os Estados Unidos. De Berlim, o novo premier espanhol foi encontrar-se com o presidente Jacques Chirac, em Paris. Zapatero, Schröder e Chirac sempre foram contra a guerra.

Spanische Soldaten kehren zurück aus Irak
Soldados espanhóis de volta do IraqueFoto: AP

Por isto, um dos primeiros atos de Zapatero no governo foi ordenar a retirada imediata de todos os 1300 soldados espanhóis do Iraque enviadas pelo seu antecessor conservador, José Maria Aznar.

Schröder destacou a disposição alemã de participar das negociações, mas aconselhou que se aguarde o momento apropriado para uma resolução no Conselho de Segurança, devendo-se esperar pelas missões de mediação da ONU em marcha. O chefe de governo alemão também deixou claro o seu desejo de que outros países participem da iniciativa, a fim de aumentar as chances de uma pacificação e soberania do Iraque. Para tratar da questão, o líder alemão manifestou o desejo de outros encontros entre o seu governo com os espanhol e francês, nos moldes das consultações triplas com a Grã-Bretanha.

Nova dinâmica européia

- O chefe de governo alemão declarou-se também convicto de que com o novo governo espanhol começa uma dinâmica na União Européia. Ao contrário do seu antecessor Aznar, que se aliou à Polônia para impedir um consenso sobre o projeto de Constituição da União Européia, Zapatero mostrou-se disposto a cooperar. Assim como o seu anfitrião em Berlim, ele mostrou otimismo com um consenso na comunidade sobre as questões ainda pendentes da Carta comum européia, até o fim da presidência rotativa da Irlanda na UE.

Zapatero disse que fizera totalmente consciente a sua visita a Berlim, como primeira capital da UE, porque a cooperação com a Alemanha seria muito importante para a Espanha. O consenso europeu seria um elemento central de sua política externa, destacou o novo premier socialista, acrescentando que isto significa o reconhecimento da Alemanha e da França como motores da União Européia.

"Para mim não existe velha ou nova Europa, para mim existe só uma grande Europa unida", disse ele. O secretário da Defesa norte-americana, Donald Rumsfeld, xingou a Alemanha e a França de "Velha Europa" por causa da resistência teuto-francesa à guerra dos Estados Unidos e Grã-Bretanha no Iraque.

Ao contrário de Aznar, que bloqueou a forma de votação planejada na UE, Zapatero mostrou disposição para um consenso e colheu elogios de Schröder. "Recebi com prazer a informação de que o novo governo espanhol não tem problema com o chamado princípio de maioria dupla", disse ele.