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Líderes palestinos dizem que Jerusalém "não está à venda"

3 de janeiro de 2018

Autoridades palestinas dizem que não cederão a "chantagens" de Washington, após Trump ameaçar cortar a ajuda financeira à região, devido a uma suposta recusa dos palestinos de negociar a paz com Israel.

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Bandeira palestina em frente à representação da OLP em Washington
Bandeira palestina em frente à representação da Organização de Libertação da Palestina (OLP) em WashingtonFoto: Getty Images/AFP/N. Kamm

O gabinete do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou nesta quarta feira (03/01) que Jerusalém "não está à venda", após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar cortar a ajuda financeira de seu país à região.

Trump questionara no Twitter os motivos para os EUA continuarem a pagar anualmente "centenas de milhões de dólares" em ajuda, uma vez que os palestinos "não estão mais dispostos a negociar o tão esperado acordo de paz com Israel", sem demonstrar qualquer "apreciação ou respeito".

Leia também: Israel aprova lei que dificulta divisão de Jerusalém      

Há poucas semanas, o presidente americano enfureceu palestinos e muçulmanos em todo o Oriente Médio ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, anunciando a transferência da embaixada americana para a cidade. A medida gerou protestos e comprometeu as iniciativas de paz adotadas por Washington nas últimas décadas na região.

Para os palestinos, a decisão significou uma declaração do apoio americano a Israel numa das questões mãos delicadas do conflito. Eles consideram Jerusalém, tomada pelos israelenses em 1967, como a capital do futuro Estado palestino.

Abbas afirmou que o anúncio de Trump destruiu a credibilidade dos EUA como mediadores da paz na região, dizendo se tratar de uma "declaração de abandono do papel que eles desempenhavam no processo de paz".

Há anos Washington envia ajuda financeira e de segurança à Autoridade Palestina. Em 2016 foram 319 milhões de dólares, além de outros milhões destinados anualmente a programas assistenciais da ONU na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Observadores internacionais, inclusive israelenses, afirmam que essas iniciativas ajudam a manter a estabilidade nos territórios palestinos.

"Jerusalém é a eterna capital do Estado palestino e não está à venda, seja por ouro ou por bilhões", disse o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rudeina. "Não somos contra o retorno às negociações, mas elas devem ser baseadas nas leis e resoluções internacionais que reconhecem o Estado independente da Palestina e Jerusalém como capital."

"Não cederemos à chantagem", disse Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP). "O presidente Trump sabotou nossa busca pela paz, liberdade e justiça, e agora se atreve a culpar os palestinos pelas consequências de suas próprias ações irresponsáveis."

"Os direitos palestinos não estão à venda. Ao reconhecer Jerusalém ocupada como capital de Israel, Trump não apenas violou a lei internacional, como destruiu as bases da paz, aceitando a anexação ilegal da cidade por Israel", acusou Ashrawi.

RC/lusa/ap/afp

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