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Lufthansa vende aviões e começa a dispensar funcionários

Neusa Soliz20 de novembro de 2001

A Lufthansa já não exclui a dispensa de funcionários, diante da crise que afeta a aviação. Com 30 mil passageiros a menos por semana, a ordem do dia é economizar.

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Aviões da Lufthansa no Aeroporto de FrankfurtFoto: AP

Diante da crise da aviação, após o 11 de setembro, a Lufthansa anunciou que começará a despedir funcionários para conter seus custos. Os primeiros serão os que estão em tempo de experiência – ao redor de mil pessoas - e, se seu número não for suficiente, o corte de pessoal continuará. Também haverá redução da jornada de trabalho para aeromoças e comissários de bordo.

O porta-voz da Lufthansa, Klaus Walther, confirmou a estratégia da empresa, mas não quis comentar especulações de que poderiam ser despedidas de 2000 a 4000 mil pessoas. Segundo ele, a diretoria não fixou nenhum número, ao tomar a decisão, comunicada hoje aos funcionários.

Sindicatos - Ao mesmo tempo, Walther apelou aos sindicatos para que retornem à mesa de negociações. Os sindicatos não querem mexer nas conquistas salariais deste ano e só se dispõem a conversar sobre 2002. O gigantesco sindicato de prestação de serviços ver.di apresentou uma proposta para reduzir os custos da companhia em 165 milhões de marcos no ano que vem. Klaus Walther, porém, diz que isso não é suficiente. As negociações fracassaram, segundo o sindicato, porque a Lufthansa não quis garantir que não haveria dispensa de funcionários.

Ontem (19) fracassaram também, após cinco rodadas, as negociações com o sindicato dos pilotos, Cockpit, que meses atrás conseguira aumentos substanciais, à custa de greves. Ao que tudo indica, a empresa tentou obter uma revisão dessas negociações salariais, não se contentando com o que oferecera o Cockpit, isto é, postergar os aumentos escalonados já estabelecidos para os pilotos.

Queda do nº de passageiros - Segundo Klaus Walther, faltam à Lufthansa, por semana, 30 mil passageiros e 100 milhões de marcos (US$ 45,15 milhões). Em comparação com o ano passado, o número de passageiros diminuiu 13,3% para 3,8 milhões, anunciou a companhia aérea, hoje, em Frankfurt. Ao extinguir vários vôos, a maior companhia aérea alemã reduziu a capacidade da sua frota de aviões em 2,1%. A demanda, no entanto, caiu 15,8%.

Venda de aviões - O volume de carga também diminuiu 9,4% para 149 mil toneladas. A Lufthansa anunciou ainda as primeiras vendas de aviões que foram desativados, 43 no total. Por quatro aviões do tipo Boeing 747-2000 teriam sido assinados contratos de venda, representando um lucro de 50 milhões de euros (US$ 44,14 milhões).

A Lufthansa enfrenta as dificuldades decorrentes da retração no mercado de viagens após os atentados terroristas nos EUA, mas não luta por sua sobrevivência, como outras companhias aéreas. Com um programa de contenção de gastos, ela pretende evitar fechar 2001 com números negativos em seu balancete.