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Crise na Líbia

12 de março de 2011

Liga Árabe apoia a instituição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e início de conversações oficiais com a oposição. Tropas de Kadafi retomam cidades que estavam sob domínio rebelde.

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Insurgentes em Las Rasnuf: forças de Kadafi retomaram cidadeFoto: picture alliance/dpa

A Liga Árabe apoia a instituição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e o início de conversações oficiais com a oposição ao ditador Muamar Kadafi. A informação foi veiculada em primeira mão neste sábado (12/03) pela televisão estatal egípcia.

Em reunião extraordinária no Cairo, os ministros do Exterior da Liga Árabe concordaram que o Conselho de Segurança da ONU imponha uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. Segundo um diplomata presente à reunião, a decisão foi aprovada por nove dos 11 ministros do Exterior: somente a Argélia e Síria votaram contra.

"Os ministros também decidiram abrir canais de contato com o Conselho Nacional de Transição, a fim de ajudar o povo líbio", acrescentou o diplomata, pedindo para não ser identificado.

Oposição líbia pede bloqueio aéreo

Deutschland Westerwelle zu Lage in Libyen und Japan
Westerwelle se disse contra intervenção militarFoto: dapd

O Conselho Nacional, composto de 30 membros e instituído pela oposição a Kadafi, pediu à Liga Árabe para ser reconhecido como representante do país, e para que esta apoie uma zona de exclusão aérea, a fim de diminuir os ataques a seus combatentes. O pedido foi formulado em carta entregue no sábado ao secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa.

A União Europeia afirmou na sexta-feira que iria se comunicar com o Conselho, e apelou para que Kadafi "renuncie imediatamente". A UE também pediu uma reunião com a Liga Árabe e a União Africana para tratar de um eventual bloqueio aéreo sobre a Líbia.

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, reiterou as reservas de seu país quanto a uma ação militar. "Não queremos ser arrastados para uma guerra no Norte de África", disse ele na Hungria, durante reuniões com seus colegas de pasta da UE.

Casa Branca estuda medida

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que os Estados Unidos e seus aliados estão apertando o cerco ao ditador Muamar Kadafi. Durante entrevista coletiva, ele comentou que Washington analisa a possibilidade de um bloqueio aéreo sobre o país. Obama adiantou que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, irá se reunir brevemente com líderes da oposição líbia.

A Casa Branca vem sendo criticada por não ter agido desde o início da revolta na Líbia. Entretanto, Obama alega que a resposta internacional tem sido "tão rápida quanto qualquer outra na história". Segundo dados da ONU, cerca de 250 mil de pessoas abandonaram a Líbia desde o início das revoltas, em meados de fevereiro.

A França se tornou na quinta-feira o primeiro país a reconhecer a oposição da Líbia como representante legítima do país. O governo Kadafi anunciou na sexta-feira estar "suspendendo" os laços com a França devido à sua decisão "ilegal".

Kadafi recupera terreno

Obama / USA / Washington
Obama afirmou que cerco está se fechando sobre KadafiFoto: AP

Enquanto isso, pesados combates prosseguem na Líbia neste sábado. Segundo relatos da mídia árabe, forças do governo intensificaram esforços para retomar territórios controlados pelos rebeldes. Forças do ditador líbio avançam sobre a cidade de Misurata, a única na parte ocidental do país que continua sob controle rebelde, informou a rede Al Arabiya.

No leste, Ras Lanuf, importante centro petrolífero, caiu sob o controle das forças governamentais, após ataques aéreos e terrestres terem expulsado os rebeldes. Porém os insurgentes permaneceram a cerca de 20 quilômetros dos limites da cidade estrategicamente importante e afirmaram que iriam continuar a combater as forças do governo, em uma tentativa de retomar o controle da área.

Ataques aéreos

Um porta-voz rebelde disse que parcelas das forças de oposição foram dispostas a cerca de três quilômetros da cidade, conforme noticiou a TV Al Arabiya. Ataques aéreos em Ras Lanuf alvejaram vários locais da cidade, incluindo centros de comunicação.

O número de mortos nos combates anda é desconhecido. A emissora Al-Jazeera noticiou que forças de Kadafi também controlam a cidade oriental de Al-Burayqah, onde muitas pessoas foram mortas durante os combates violentos da semana passada.

Contudo a segunda maior cidade do país, Benghazi, no leste, permanece sob controle rebelde. O governo líbio ofereceu anistia aos rebeldes que entregarem suas armas, noticiou a televisão estatal da Líbia.

MD/ap/lusa/rtr/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente