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Leverkusen perde e consola-se com terceiro vice-campeonato

Marcio Weichert16 de maio de 2002

Vice-campeão alemão e da Copa Alemanha joga bem, mas não resiste à categoria das estrelas do Real Madrid e encerra temporada também em segundo lugar na Liga dos Campeões. Roberto Carlos deu passes para gols espanhóis.

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De voleio, Zidane define o placar, sem chances para o goleiro Butt e o zagueiro LúcioFoto: AP

O Bayer Leverkusen termina a temporada 2001/2002 fazendo jus mais do que nunca ao apelido de "eterno vice". Depois de ter morrido na praia no Campeonato Alemão (ao perder a liderança na penúltima rodada) e na Copa da Alemanha (goleado na final pelo Schalke), a equipe dos brasileiros Lúcio e Zé Roberto ficou mesmo com o segundo lugar na Liga dos Campeões. Na noite desta quarta-feira, perdeu por 2 a 1 para o favorito Real Madrid, em Glasgow.

Assim como nas partidas anteriores da competição européia, o Leverkusen mostrou ser capaz de enfrentar de igual para igual as principais equipes do mundo. Chegou a dominar a maior parte do jogo, mas não sobreviveu à categoria das estrelas do adversário, que aproveitaram as próprias falhas do time alemão para definir a partida.

"Tomamos gols bobos, o que é irritante. Lutamos até o final. Os garotos aplicaram as instruções táticas, à exceção de dois ou três. No fim, foi tudo ou nada, mas nem assim as bolas mais fáceis atravessaram a linha do gol", comentou o técnico Klaus Toppmöller, do Leverkusen. "Fizemos uma grande temporada e saímos de mãos vazias. Claro que a decepção é gigantesca", desabafou o goleiro Butt.

Lúcio entrega o ouro e depois se redime

Champions League Finale
Raul beija seu anel após abrir o placar em GlasgowFoto: AP

Zagueiro da Seleção Brasileira, Lúcio mais uma vez falhou e ajudou o adversário a abrir o placar. Aos 8 minutos, Roberto Carlos cobrou lateral para Raul. Lúcio demorou a acompanhar o atacante espanhol, que sozinho recebeu a bola e rapidamente bateu cruzado, rasteiro. O goleiro Butt nem precisava se esforçar para defender, mas esticou o braço com displicência. A bola passou raspando em seus dedos e rolou calmamente para o canto.

Apesar do choque da desvantagem no placar numa grosseira dupla falha de sua própria defesa, o Leverkusen foi atrás do prejuízo. Aos 13 minutos, Schneider cobrou uma falta levantando na área. Lúcio subiu mais alto que Hierro e empatou o marcador, reparando seu erro inicial.

O primeiro tempo ainda manteve-se equilibrado, com chances de ambos os lados. Mas, aos 44 minutos, Roberto Carlos deu início a um rápido contra-ataque, sem que a defesa do Leverkusen conseguisse se reorganizar. Após tabelar no meio de campo, o lateral brasileiro correu à linha de fundo, de onde cruzou para Zidane, completamente sem marcação na linha da grande área. O francês campeão do mundo pegou de voleio, com a perna esquerda, e mandou a bola no ângulo, sem qualquer chance de defesa para Butt.

Leverkusen manteve suspense até o apito final

Tal como na final da Copa Alemanha no sábado, o Leverkusen acabava de tomar o gol decisivo da partida pouco antes do intervalo. Desta vez, porém, o time retornou do vestiário com disposição para reverter o marcador, enquanto o Real procurava administrar o resultado. O rubro-negro alemão dominava a posse de bola, mas era o Real Madrid que, em contra-ataques, parecia mais próximo de fazer um novo gol.

Somente nos minutos finais o Leverkusen de fato levou perigo à meta do goleiro Casillas, que substituíra César aos 23 minutos após este levar de Lúcio uma acidental pisada no pé. Nos minutos finais (houve seis de descontos), o "eterno vice" infernizou a área espanhola, com quatro grandes chances de igualar o marcador. No entanto, a sorte e Casillas não deixaram a rede balançar.

Homem nu em campo na nona conquista européia do Real

Tranqüila para a arbitragem (só dois cartões amarelos para o Real Madrid, nenhum lance duvidoso), a final em Glasgow exigiu mais da segurança do estádio Hampden Park. Por duas vezes o campo foi invadido por torcedores interessados em aparecer. O primeiro atrevido surgiu logo após o intervalo, ainda antes da bola voltar a rolar. Estava nu, com o corpo pintado com dizeres. O segundo apareceu durante a partida. Vestia a camisa do Real Madrid, saiote e boina escoceses.

Este foi o terceiro título do clube espanhol na Liga dos Campeões desde 1998, o que comprova seu predomínio entre os grandes times europeus dos últimos tempos e lhe garante bons motivos para festejar o ano de seu centenário. Ao todo, o Real Madrid acumula nove títulos da Liga dos Campeões, além de dois da Copa da Uefa. É o recordista de títulos europeus.

Champions League Finale
Alegria antes do jogo; ainda não foi desta vez que a torcida do Leverkusen pôde festejar no fimFoto: AP

Ao Bayer Leverkusen, resta o consolo de ter feito a melhor temporada alemã e européia de sua história. Pela primeira vez passou da primeira fase da Liga dos Campeões e ainda chegou até a decisão. Ao todo, faturou cerca de 35 milhões de euros na competição, dos quais quatro milhões somente pela participação na final.

Bayer Leverkusen: Butt – Sebescen (Kirsten), Zivkovic, Lúcio (Babic) e Placente – Schneider, Ramelow, Ballack, Bastürk e Brdaric (Berbatov) – Neuville

(Obs: Suspenso, Zé Roberto não jogou)

Real Madrid: Cesar (Casillas) – Salgado, Hierro, Helguera e Roberto Carlos – Solari e Makelele (Flávio Conceição) – Figo (McManaman), Zidane e Raul – Morientes

Gols:

Raul (1x0), Lúcio (1x1) e Zidane (2x1).