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"Leo e Claire" - Um romance na Alemanha nazista

tim20 de abril de 2002

O novo filme de Joseph Vilsmaier conta uma história de amor e denúncias em pleno Terceiro Reich.

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O diretor Joseph Vilsmaier durante tomadas para seu novo filmeFoto: AP

Com a presença de 400 convidados e mais de 100 jornalistas estreiou em Nurembergue, no início desta semana, a película Leo e Claire. O diretor, Joseph Villsmaier, aborda um capítulo altamente explosivo da história alemã com a filmagem do processo autêntico de Leo Katzenberger, em 1942.

O vendedor judaico de sapatos Leo Katzenberger (Michael Degen), morador de um prédio em Nurembergue, tem um romance com a fotógrafa alemã Irene Scheffler (Franziska Petri). Os outros habitantes - alemães - do prédio observam o namoro com ódio e inveja, e, finalmente, o denunciam ao regime do Reich com base em leis raciais. Para dar um exemplo terrível, Katzenberger acaba sendo condenado à morte, num processo liderado pelo juiz Rothaug e o procurador Markl, nazistas convictos.

Durante toda a história, a esposa de Katzenberger, Claire (Suzanne von Borsody), continua a seu lado, apesar da relação do marido com Irene. Diante das proporções dentro da história, o título do filme, Leo e Claire, parece despropositado, porque o tema central é o ambiente de denúncias entre os inquilinos do prédio bem como o namoro do judeu e da fotografa alemã.

Modelo para a película foi o livro Der Jude und das Mädchen (O Judeu e a Moça), da jornalista Christiane Kohl. A autora reconstruiu a história autêntica de Leo Katzenberger em detalhe. Também a conhecida película de Hollywood, O Julgamento em Nurembergue, que ganhou um Oscar em 1961, trata do processo.

Apesar do sucesso de seu primeiro filme, Herbstmilch (Leite do Outono), os filmes seguintes de Vilsmaier, Stalingrad, Comedian Harmonists e Marlene, foram todos furados. Críticos apontam também no novo, Leo e Claire, para elementos fracos na encenação, mas atestam, ao mesmo tempo, uma tensão impressionante, especialmente na fase final do filme.

O ator principal, Michael Degen, afirmou: "Foram as filmagens mais exaustivas da minha vida". A relevância e a atualidade do tema é evidente, com respeito à questão da culpa da Justiça no Terceiro Reich, ainda não resolvida. Nesse caso, o juiz Rothaug foi anistiado, o procurador Marklt, completamente reabilitado, conseguindo chegar como juiz até o Tribunal Estadual em Munique.