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Lançado satélite europeu Envisat para vigiar meio ambiente

(av)1 de março de 2002

A organização européia de pesquisas espaciais ESA inicia um novo capítulo nos estudos ambientais. Com vantagens até para a indústria petroleira.

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O Envisat circundará o planeta a cada 100 minutosFoto: ESA

Iniciou-se nesta sexta-feira (1º) um dos mais caros e ambiciosos projetos da história da pesquisa espacial na Europa: a partir de Kourou, na Guiana Francesa, e com a ajuda de um foguete Ariane 5, a organização ESA colocou em órbita o satélite Envisat. Quando alcançar seu destino, ele passará a enviar um volume de dados sem precedentes sobre os mais diversos acontecimentos ambientais de nosso planeta.

O Envisat custou dois bilhões de euros, estando programado para operar durante um mínimo de cinco anos. O satélite de oito toneladas é controlado a partir do centro de controle espacial ESOC, situado na cidade de Darmstadt, no sudoeste alemão.

A uma altura de 800 quilômetros, ele completará uma volta na Terra a cada 100 minutos. A bordo, encontram-se dez diferentes instrumentos de observação, para detectar gases causadores do efeito estufa, medir a velocidade dos ventos, a altura das ondas nos oceanos ou deslocamentos milimétricos do solo. Entre os pontos fortes de seu produto, a ESA acentua a capacidade de, a cada hora, acumular um volume de dados equivalente a 20 computadores caseiros.

Novas esperanças para os ambientalistas

Segundo a ministra alemã da Pesquisa, Edelgard Bulmahn, a nova tecnologia coloca a Europa na vanguarda das viagens espaciais voltadas para o meio ambiente. Através do Envisat, os cientistas esperam obter um conhecimento abrangente sobre as alterações climáticas globais.

Bulmahn espera que tais informações venham a servir de base para a política ambiental internacional: "Do espaço, poderemos identificar os delitos ambientais com bastante precisão", promete a ministra. Assim, será possível também verificar o cumprimento do Protocolo de Kyoto, pela redução dos gases considerados responsáveis pelo aquecimento global.

Em contrapartida, Klaus Schmidt, diretor da delegação alemã no programa da ESA "Observação da Terra", tem dúvidas de que o Envisat venha forçosamente a alterar a política ambiental internacional. Ele concorda que o satélite expandirá os conhecimentos concretos sobre a alteração do clima terrestre, mas está cético sobre as iniciativas a serem tomadas pelo políticos a partir destas informações.

Revolução para a meteorologia, vantagens para a indústria

As informações enviadas pelo Envisat possibilitarão ainda medidas precoces contra as catástrofes naturais, como terremotos, erupções vulcânicas ou inundações. De uma maneira geral, as previsões meteorológicas passarão a ser bem mais confiáveis, acrescenta Schmidt, embora alertando contra expectativas exageradas: o satélite não pode, por exemplo, alertar um navio que uma onda gigante o alcançará em uma hora.

O Envisat também trará vantagens para a indústria pesqueira, à qual a ESA pretende vender informações sobre a trajetória de grandes cardumes. Da mesma forma, a indústria petroleira poderá obter dados inéditos sobre fontes minerais nos oceanos.