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Kid Alex: tiros para todos os lados

Rodrigo Rimon15 de abril de 2006

Nina Hagen, mãe do punk alemão, retorna com novo álbum — Documentário reconta a história da música eletrônica feita em Colônia — Quem ouve tanto superstar: DSDS chega ao fim pela terceira vez — O novo álbum de Kid Alex.

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Capa do novo álbum 'Restless', de Kid Alex

Brian Ferry como ninguém nunca viu

Quem puder, compre! Mande encomendar. Fãs de Roxy Music ganharam um presente da revista alemã Monopol, especializada em arte. Em sua edição de abril, a revista publicou fotos inéditas do músico Bryan Ferry, figurinha carimbada do art rock britânico e autor de algumas das baladas mais especiais dos anos 80.

Quem ouve tanto superstar?

Deutschland sucht den Superstar - Sieger Tobias Regner
O novo vencedor do DSDS, Tobias RegnerFoto: picture-alliance/dpa

A terceira série do programa Deutschland sucht den Superstar (DSDS) chegou (graças a deus!) ao fim. Ninguém mais é obrigado a aguentar os comentários do júri liderado pelo ex-Modern Talking Dieter Bohlen. O vencedor é Tobias Regner, um loiro com jeito de rockstar e o mais "teutônico" dos candidatos — ele derrotou um descendente de italiano, um descendente de coreano e até uma bela mulata com pinta de Whitney Houston.

Vibrações no Reno

We Built This City - A Documentary on Electronic Music Made in Cologne
Documentário em DVD sobre a música eletrônica de Colônia

Foi lançado um documentário em DVD sobre a história da música eletrônica produzida em Colônia. O vídeo, intitulado We Built This City, traz entrevistas exclusivas, videoclipes raros e material ao vivo sobre o desenvolvimento do chamado Sound of Cologne, com depoimentos de artistas novos e de outros já estabelecidos, como o duo Mouse On Mars e Justus Köhncke, ex-membro do projeto Whirpool Productions e hoje em carreira solo.

O DVD oferece ainda um panorama da cena da cidade ao Reno, com seus selos especializados — como Kompakt e Ware —, revistas que se tornaram marcos editoriais da cultura pop em toda a Alemanha (tais como a Spex), também lembrando episódios tristes, como a mudança da feira Popkomm para Berlim, e felizes, como o novo festival c/o pop, que a cidade logo criou em resposta, para não deixar a peteca cair.

Do punk ao swing em um penteado

Alguns até se lembram dela, de seus gritos estridentes e penteados ousados. De quando ela tocou para milhares de fãs no festival Rock in Rio em 1985 e até gravou uma música com o Supla. Pois a "linda garota de Berlim", a diva do punk alemão (pelo menos durante os anos 80), está de volta. Só o punk é que ela deixou para trás.

Nina Hagen Porträt Bild 1
Nina Hagen: upgrade no visualFoto: Holger Maass

Nina retornou com um álbum de swing, gravado em conjunto com a The Capitol Dance Orchestra, formada por 13 músicos. Será uma espécie de retorno às raízes, que a idade invariavelmente traz consigo? O álbum traz clássicos do swing e do big band. No encarte de Irgendwo auf der Welt (Em algum lugar do mundo), Nina agradece aos compositores que deixaram canções inesquecíveis, apesar de tantas dificuldades políticas e econômicas que tiveram de enfrentar entre os anos de 20 e 40.

Leia mais na próxima página sobre o novo álbum de Kid Alex..

Kid Alex: tiros para todos os lados

Existem certas coisas que você precisa saber sobre Kid Alex. A primeira delas é: quem é Kid Alex? Antes de mais nada, não confunda Kid Alex com o francês Alexkid. O nosso Kid Alex é Alex Ridha, filho de um matemático iraquiano, que discotecava em clubes de sua cidade natal Hamburgo desde os 16 anos de idade. Em 1999, ao se tornar residente no clube La Cage, ele tornou-se da noite para o dia um dos mais requisitados DJs da cidade.

Kid Alex, Pressebild Universal Music
Alex Ridha + Andreas Meid (d)Foto: Universal Music

E assim foi até que encontrou o produtor Andreas Meid, a segunda metade por trás do nome. Os dois então começaram a trabalhar juntos baseados no moto "produtor com experiência se alia a DJ novato", tentando não deixar de fora nenhuma influência. Depois de algumas tentativas em house music, surgiu a idéia de gravar uma música com vocal feminino. Para isso, foi convidada uma cantora que nunca apareceu no estúdio.

Diante da emergência, Alex tomou o microfone e cantou ele mesmo as palavras daquele que seria o primeiro hit da dupla: "Young love. Topless. I may be young. But not a foolish one". Quem conhece sabe que aquela voz soou estranho. "A princípio, nós dois tivemos que nos acostumar à minha voz", disse. "Eu posso ajustá-la à de um taxista indiano em Nova York. Aquilo não é nenhum efeito."

Kid Alex, Panoramabild
Foto: Universal Music

Young Love chega às paradas. Até DJs famosos, entre eles Richard Dorfmeister, incluíram a música em suas listas ou até a remixaram. Nos países escandinavos, o hit virou trilha sonora de comercial da Coca-Cola. O primeiro álbum, Colorz (2004), que saiu na sequência, foi lançado não só na Alemanha e na Escandinávia, mas também na Espanha, na Itália, na França, na Inglaterra, na Grécia e até na Austrália.

Sem expectativa

A segunda coisa que você precisa saber é que o segundo álbum demorou, mas acabou de chegar. Só o frenesi em torno de Kid Alex é que já diminuiu ou até desapareceu. Ele ainda existe — devem ter se perguntado alguns.

Restless traz 12 novas faixas, todas com as mais variadas influências — um pouco de punk, um pouco de house, um pouco de electro, outro pouco de rock. Tiros para todos os lados, essa é a impressão que se tem à primeira audição.

Kid Alex, Pressebild Universal Music, Panoramabild
Foto: Universal Music

Infelizmente, são canções sem fôlego, que falham em criar uma unidade e não chegam a tirar proveito de cada um dos elementos que os dois músicos jogaram neste caldeirão musical. As letras soam artificiais, escritas para agradar. Faltou inspiração.

Pena, mas Kid Alex perdeu a chance de lançar a trilha sonora ideal para o próximo verão (europeu). Claro, se o tempo ajudar. Senão, até que o disco dá pro gasto.