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Retrocesso

1 de junho de 2007

Ativistas antiglobalização afirmam que decisão fere direitos fundamentais. Governo alemão é criticado por negar credenciais a jornalistas que pretendiam fazer a cobertura do encontro do G8.

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Cerca protege o local do encontro em HeiligendammFoto: AP

O Tribunal Administrativo Superior de Greifswald proibiu nesta sexta-feira (01/06) manifestações nas proximidades de Heiligendamm e transferiu uma marcha planejada para a próxima quinta-feira para uma rodovia federal situada a seis quilômetros de distância do local onde os líderes do G8 se encontrarão.

A decisão suspendeu uma sentença anterior do Tribunal Administrativo de Schwerin, uma instância inferior, que havia garantido aos manifestantes o direito de protesto a uma distância de até 200 metros da cerca em torno de Heiligendamm. Agora, eles ficam impedidos de se manifestar num raio entre 5 e 10 km a partir de Heiligendamm.

Os organizadores da marcha anunciaram que recorrerão ao Tribunal Constitucional Federal para que este avalie se a decisão está de acordo com a lei ou se fere direitos fundamentais, como liberdade de expressão e reunião.

Críticas à decisão

A proibição rendeu duras críticas de quase todos os partidos políticos. Para o líder da bancada do SPD no Bundestag, Dieter Wiefelspütz, a decisão é "exagerada". Também políticos do Partido Verde, do Partido Liberal Democrático (FDP) e do Partido de Esquerda criticaram a decisão e manifestaram apoio aos organizadores do protesto.

O vice-líder da bancada do Partido Verde, Hans-Christian Ströbele, lembrou as críticas da chanceler federal Angela Merkel ao presidente Vladimir Putin, quando oposicionistas russos foram impedidos de viajar a Samara durante um encontro de cúpula entre a União Européia (UE) e a Rússia há duas semanas. "O que vale para Samara também deveria valer para Heiligendamm."

Credenciais negadas

O governo federal alemão também recebeu fortes críticas por ter negado credenciais para cerca de 20 jornalistas que pretendem participar da cobertura do encontro do G8. As credenciais não foram concedidas após checagem feita pelo Departamento Federal de Investigações (BKA).

Um porta-voz do Ministério do Interior, ao qual o BKA é subordinado, classificou as negativas como "casos isolados". Segundo ele, mais de 4,5 mil profissionais de imprensa solicitaram um visto para a cobertura do evento. O governo também anunciou que irá reavaliar as negativas.

Entre os jornalistas que tiveram sua credencial negadas está um repórter do jornal de esquerda berlinense taz. Após reclamações do jornal e de entidades jornalísticas e da grande repercussão do caso na mídia alemã, o governo voltou atrás e concedeu nesta sexta-feira a credencial ao profissional. (as)