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Terrorismo

Justiça não identificou risco elevado de suicídio em Bakr

13 de outubro de 2016

Suspeito de planejar atentado terrorista na Alemanha é encontrado morto na sua cela em Leipzig, e secretário de Justiça afirma que não havia sido constatado risco elevado de suicídio. Homem se enforcou com uma camiseta.

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Sebastian Gemkow, secretário de Justiça da Saxônia
Gemkow disse assumir a responsabilidade política pelo suicídioFoto: picture-alliance/dpa/A. Burgi

Justiça alemã fala sobre suicídio de sírio na prisão

O secretário de Justiça da Saxônia, Sebastian Gemkow, disse nesta quinta-feira (13/10) que autoridades do estado não havia identificado um "risco elevado de suicídio" no suspeito de terrorismo Jaber al-Bakr, que foi encontrado morto na sua cela na prisão de Leipzig na noite desta quarta-feira.

Gemkow garantiu que todo o possível havia sido feito para evitar o suicídio do sírio de 22 anos, que, segundo as autoridades, enforcou-se com a própria camiseta, amarrada à grade da cela. "Isso não poderia ter acontecido, mas infelizmente aconteceu", afirmou o secretário. Ele disse assumir a responsabilidade política pelo ocorrido, mas que não vê motivo para renunciar.

O enforcamento com a camiseta foi constatado por um agente do presídio por volta das 19h45, e não foi possível reanimar o sírio. Por volta das 20h15, uma médica confirmou a morte de Bakr, afirmou Gemkow. O corpo passará agora por uma autópsia.

Jaber al-Bakr chegou à Alemanha em fevereiro de 2015
Jaber al-Bakr chegou à Alemanha em fevereiro de 2015Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Sachsen

Segundo o diretor da penitenciária, Rolf Jacob, inicialmente Bakr era controlado a cada 15 minutos, mas, na tarde desta quarta-feira, especialistas e psicólogos chegaram à conclusão de que os intervalos poderiam ser aumentados para 30 minutos. "Ele estava calmo e equilibrado", afirmou Jacob. A psicóloga que participou da avaliação não tinha experiência com terroristas.

De acordo com ele, outros suicídios já haviam acontecido no presídio. No entanto, não foi considerado necessário colocar Bakr numa cela com proteção adicional por se considerar não haver risco agudo de que ele se matasse. Jacob disse que Bakr se mostrava tranquilo, e por isso não se considerou necessário chamar um intérprete.

Durante seu período na prisão, Bakr se recusou a comer, e apenas uma vez aceitou um copo com água. Não está claro se ele bebeu o líquido.

Segundo Jacob, Bakr comunicou na na terça-feira que uma lâmpada do teto da sua cela estava danificada, o que foi classificado pelas autoridades como vandalismo e não ligado a um risco de suicídio. Mais tarde, percebeu-se que uma tomada da cela também havia sido manipulada.

Rolf Jacob, diretor de presídio em Leipzig
Jacob: "Ele estava calmo e equilibrado"Foto: picture-alliance/dpa/A. Burgi

Bakr foi detido na madrugada da última segunda-feira numa residência em Leipzig, após quase 48 horas de perseguição. Ele havia pedido a um compatriota, na estação de trem da cidade, para pernoitar em sua residência. Depois de descobrir quem Bakr era, o homem avisou a polícia e, junto com outros sírios, o manteve amarrado até a chegada dos policiais.

O sírio chegou à Alemanha em fevereiro de 2015, entrando pela Baviera em meio à onda de refugiados. Duas semanas depois pediu oficialmente asilo no país, apresentando um passaporte sírio, e recebeu permissão de residência de três anos.

Numa operação de busca no apartamento onde Bakr vivia, na cidade de Chemnitz, na Saxônia, foi encontrada uma grande quantidade de explosivos. Ele era suspeito de planejar um ataque a um aeroporto de Berlim e de ligação com a organização extremista "Estado Islâmico" (EI).

LPF/dpa/rtr/epd