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Juiz manda soltar Joesley Batista

9 de março de 2018

Detido desde setembro após suspensão de acordo de delação premiada, dono do grupo J&F fica proibido de deixar o país. Ricado Saud também é beneficiado com liberdade.

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Joesley Batista
Joesley Batista terá de entregar seu passaporteFoto: Getty Images/AFP/S. Lima

O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, concedeu nesta sexta-feira (09/03) liberdade ao empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A Justiça determinou, porém, que o empresário entregue o passaporte e permaneça no país.

Joesley está preso preventivamente desde setembro em São Paulo. Ele teve a prisão revogada junto com a de seu irmão Wesley, que foi solto em fevereiro, porém permaneceu detido em função de outro mandado, expedido no ano passado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o jornal Folha de São Paulo, Fachin encaminhou o processo à 12ª Vara Federal, que decidiu então conceder a liberdade a Joesley. Além dele, o tribunal manda soltar o ex-diretor do grupo Ricardo Saud.

Os mandados de prisão de ambos foram requeridos pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em setembro, após a suspensão dos acordos de delação premiada fechados com executivos do J&F.

O ex-procurador concluiu que Joesley e Saud, ex-diretor de Relações Institucionais da holding, omitiram informações durante o processo de negociação do acordo.

O caso veio à tona após os delatores entregarem à Procuradoria, com meses de atrasos, áudios relacionados ao processo. Na gravação, os delatores falariam sobre o suposto papel do ex-procurador Marcelo Miller na confecção de provas para o fechamento do acordo.

Joesley também foi alvo de mandado de prisão, junto com seu irmão, no processo referente à acusação do crime de insider trading, sob a suspeita de usarem informações privilegiadas para obter lucros no mercado financeiro. 

Segundo a investigação da Polícia Federal, o grupo J&F teria operado nos mercados de câmbio e de ações para lucrar com os efeitos da colaboração premiada de seus empresários, sabendo que sua divulgação tinha potencial para mexer com o mercado financeiro.

De acordo com a acusação, a J&F comprou 1 bilhão de dólares às vésperas do dia 17 de maio. Os irmãos ainda teriam vendido mais de 327 milhões de reais em ações da empresa JBS, controlada pelo grupo, na época das negociações do acordo.

No dia seguinte ao anúncio da delação, a bolsa fechou na maior queda em nove anos. O dólar, por sua vez, registrou alta de 8%, resultando em lucros milionários para os delatores, de acordo com a polícia.

CN/ots           

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