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Jovens estrangeiros em desvantagem no mercado de trabalho

Sabine Kinkartz (rr)21 de julho de 2005

Jovens estrangeiros encontram cada vez menos o caminho para o sucesso profissional na Alemanha: 17% desiste do certificado de conclusão escolar e um terço abre mão da formação profissional.

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De diferentes culturas e bilíngües: trunfo?Foto: dpa

A formação escolar e profissional vem se tornando uma tarefa cada vez mais difícil para jovens de origem estrangeira na Alemanha. Além de levarem, com frequência, mais tempo que seus colegas alemães para finalizar o aprendizado, 17% deles desistem de obter o diploma e um terço abre mão de uma formação profissional.

Uma iniciativa conjunta entre o governo alemão e a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK), em parceria com 14 federações empresariais alemãs e estrangeiras, quer mudar isso. Mas os primeiros resultados apontam para uma situação delicada.

Apenas um quarto dos jovens estrangeiros que vivem no país optam por programas de instrução profissional e o percentual de estrangeiros entre os jovens que ocupam tais vagas caiu quase pela metade nos últimos dez anos.

Questão de motivação

Para Kemal Sahin, presidente da Câmara Turco-Alemã de Indústria e Comércio, isto é um sinal de alarme. "Entre os migrantes, especialmente os de origem turca, isso é uma questão de motivação. Eles acham que possuem poucas chances na Alemanha, o que não é verdade", explica. "Talvez os pais se preocupem pouco demais e a orientação que eles recebam nas escolas e em instituições do governo não seja suficiente", avalia Sahin.

No entanto, ele lembra que jovens estrangeiros teriam especialmente boas chances, já que funcionários bilíngues e competentes em dois círculos culturais distintos são muito procurados em tempos de relações econômicas globalizadas, inclusive em posições de liderança.

Apoio e orientação para empresas

Mas falta motivação não só do lado dos funcionários, como também dos empresários. Para cumprir essa função é que foi criada a iniciativa do governo e da DIHK, cujos envolvidos entram em contato especialmente com empresas de proprietários de origem estrangeira para propor o aumento do número de vagas de formação profissional para jovens.

Bildungsminister Edelgard Bulmahn im Bundestag
Edelgard Bulmahn, ministra da EducaçãoFoto: AP

Para a ministra alemã da Educação, Edelgard Bulmahn, aí se esconde um grande potencial. "A participação de empresas de origem estrangeira na profissionalização de jovens varia entre 5 e 16%, de acordo com a nacionalidade e a região. Ou seja, no geral, temos aqui um enorme potencial de crescimento", disse Bulmahn.

Um quarto das empresas alemãs oferece vagas para instrução profissional. Na Alemanha, existem 286 mil empresas com proprietários de origem estrangeira. Elas empregam cerca de um milhão de pessoas e, nos últimos quatro anos, criaram 5,7 mil novas vagas para instrução profissional.

Muito pouco, na opinião de Sahin. Segundo ele, muitas dessas empresas estariam dispostas a formar jovens, caso obtivessem apoio para tanto. Das empresas turcas que o procuraram nos últimos meses, 30% concordaram em aumentar o número de vagas.

Líderes religiosos devem ajudar

Outra tarefa da iniciativa é convencer líderes religiosos de comunidades turcas a orientar os jovens quanto à importância da formação escolar e profissional. Em 11 cidades alemãs com altos percentuais de turcos na população, mais de 1500 imãs já foram contactados. "Devemos ganhá-los como parceiros para aumentar a consciência entre famílias migrantes do papel da educação e da formação profissional", disse Bulmahn.

"A iniciativa conjunta Ativos pela Formação Profissional tem se mostrado como o caminho certo, mas temos que dar continuidade a ela. Eu diria que completamos os primeiros dez metros, mas estamos ainda muito longe do nosso objetivo."

E, embora um dos principais problemas ainda seja o da comunicação entre as organizações alemãs e estrangeiras envolvidas, o balanço até agora é otimista.