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Jogadores da seleção francesa pedem voto contra a extrema-direita

(pc)29 de abril de 2002

Zinédine Zidane, eleito o melhor jogador de futebol do mundo nos últimos dois anos e principal estrela da seleção da França, fez um apelo para os franceses votarem contra a Frente Nacional.

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Zidane, à direita, comemora gol do Real Madrid com Roberto CarlosFoto: AP

O candidato deste partido de tendências xenófobas e racistas, Jean-Marie Le Pen, segundo colocado no primeiro turno, disputa o pleito contra o atual presidente Jacques Chirac, no segundo turno das eleições presidenciais, em 5 de maio.

Zidane condenou a Frente Nacional, afirmando que não corresponde absolutamente aos valores franceses. Em 1996, Jean-Marie Le Pen criticou a seleção francesa, dizendo que era um time artificial, com maioria de jogadores estrangeiros, que "não sabiam nem ao menos cantar a Marselhesa" (hino nacional francês).

Zidane, que atua no Real Madrid, lamentou que 30% do eleitorado francês não tenha comparecido às urnas, favorecendo a ascensão da extrema-direita. Assim como Zidane, que é filho de imigrantes argelinos, os principais jogadores da seleção da França são negros ou descendentes de imigrantes.

Multiracial

– "A força da seleção francesa está no seu aspecto multiracial, declarou o zagueiro Desailly, capitão da equipe, que é originário de Gana. "Esta também é a força de toda a França", ressaltou Desailly, que qualificou a Frente Nacional de fascista.

O volante Karembeu, nascido na colônia francesa da Nova Caledônia, afirmou que "é um dever de todo mundo, comparecer às urnas. Os que se abstiveram estão arrependidos", disse o jogador.

Um dos poucos jogadores da seleção a destoar é Dugarry, que é também o único a atuar num clube francês (Bordeaux). Ele declarou que não votou no primeiro turno e que não votará no segundo, pois as correntes políticas não o sensibilizam. "Não há nenhum candidato que me inspire, que me dê vontade de votar", explicou Dugarry.