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Japão desativa todas as centrais nucleares do país

5 de maio de 2012

Após catástrofe nuclear de Fukushima, o Japão desligou da rede seu último reator. Governo diz que se trata de manutenção de rotina e plantas serão reativadas em breve. Greenpeace vê chance para energia sustentável.

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epa03202357 An undated handout photo provided by Hokkaido Electric Power Co. on 01 May 2012 shows the Tomari nuclear reactor, in Tomari village, Hokkaido, Japan. The power plant will be deactivated on May 5th, according to 30 April, 2012 news reports. The plant located on Japan's Hokkaido Island was the last nuclear plant to remain activated following the March 11, 2011 Fukushima nuclear accident. EPA/HEPCO HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES +++(c) dpa - Bildfunk+++
Japan Atomkraftwerk TomariFoto: picture-alliance/dpa

"Todas as luzes estão acesas, não está escuro. Tudo está normal no Japão", disse Hisayo Takada, de Tóquio, um dia antes de a última das 54 usinas nucleares do país ser desligada da rede . "E isso não vai mudar no dia 5 de maio", apostou a ativista do Greenpeace.

A usina de Tomaria (foto), localizada na ilha de Hokkaido, foi então desativada. Oficialmente, para manutenção de rotina. Segundo funcionários, porém, é na verdade para melhorar a segurança na planta.

As exigências de segurança foram aumentadas significativamente pelo governo desde a explosão na central nuclear de Fukushima Daiichi, na sequência de um forte terremoto e de um tsunami que atingiu a costa leste do Japão. Na época, foi liberada uma grande quantidade de radioatividade na região.

Quatro reatores de Fukushima nunca mais serão ligados à rede elétrica. Segundo informou a operadora Tepco, eles foram riscados da lista. Mesmo dois reatores menos danificados foram desativados permanentemente.

Até agora nenhum apagão

Fukushima Daiichi Atomkraftwerk
Explosão em Fukushima em março de 2011 foi maior catástrofe nuclear da história do JapãoFoto: picture-alliance/dpa

Ao todo, 15 centrais nucleares avariadas foram desativadas. Todas as outras foram desligadas para manutenção. Especialmente no interior deve haver escassez de energia, informou o governo japonês.

"A maioria das pessoas não acredita nisso", diz a ativista do Greenpeace, Hisayo Takada. "Metade da energia que abastecia o oeste do Japão vinha de centrais nucleares", disse ela. Atualmente não há qualquer reator ativo na região e, até agora, não há registros de apagão.

Os japoneses temem, entretanto, que possam ocorrer problemas nos meses mais quentes do verão, julho e agosto. É quando os condicionadores de ar são ligados, principalmente na capital, Tóquio, e a demanda por energia aumenta.

"Tivemos experiência com isso no verão passado", contrapõe a ambientalista. No ano passado, Tóquio conseguiu economizar até 80% de energia no horário de pico. Já naquela época havia poucos reatores da Tepco em operação. Levando em conta todo o verão, o consumo de energia foi reduzido em 40%.

Oportunidade para fontes alternativas

Anti Atom Protest in Tokio Japan
Cidadãos em Tóquio protestam contra energia atômicaFoto: AP

No entanto, o governo japonês insiste que as centrais nucleares serão reativadas assim que possível. A planta de Oii, de propriedade da Kansai Electric Power, na cidade de Fukui, a oeste do país, estaria adequadamente protegida contra desastres nucleares, declarou já em abril o ministro japonês do Comércio Yukio Edano. Até agora as autoridades locais não aprovaram o retorno das operações na usina, e ainda não há data para o reator ser religado à rede. As negociações sobre a reativação devem continuar na próxima semana.

Enquanto isso já foram realizadas duas audiências públicas no local, diz a ativista do Greenpeace. Para os cidadãos, muitas questões de segurança teriam ficado em aberto, no caso de a região ser atingida por um terremoto. "É um grande desafio para o Japão seguir adiante sem suas 54 centrais nucleares, mas esta também é uma grande oportunidade", acredita Hisayo. "Nós podemos poupar energia, oferecer mais incentivos para reduzir o consumo e investir mais em fontes de energia renovável."

Autor: Ulrike Mast-Kirschning (ff)

Revisão: Marcio Pessôa