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Ivanov: Ampliação da OTAN não é problema da Rússia

Neusa Soliz8 de junho de 2002

Ministro russo da Defesa Sergei Ivanov visita a Alemanha. Secretário norte-americano da Defesa, Donald Rumsfeld defende o ingresso de um grande número de países na OTAN.

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Ministro alemão Rudolf Scharping (centro) recebe seu colega russo Sergei Ivanov (e), em ColôniaFoto: AP

Ao iniciar sua visita de dois dias à Alemanha, o ministro russo da Defesa, Sergei Ivanov, ressaltou a unanimidade dos dois países no combate ao terrorismo. Agora que um conflito militar entre a Europa e a Rússia tornou-se impensável, "os problemas mais agudos são o terrorismo e as armas de destruição em massa", disse Ivanov, em Mainz. Antes de visitar esta cidade, ele foi recebido com honras militares por seu colega alemão Rudolf Scharping, no aeroporto de Colônia/Bonn. Ivanov chegou à Alemanha procedente de Bruxelas, onde participou pela primeira vez do novo conselho de cooperação entre a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia.

A nova ameaça do Sul

- Scharping reforçou suas palavras. "Precisamos fortalecer a cooperação entre a União Européia, a OTAN e a Rússia, diante da ameaça geográfica que vem do Sul", observou, referindo-se aos países pobres que recorrem ao terrorismo como arma. Quanto ao conflito Leste-Oeste, entre o antigo bloco comunista e os países ocidentais, teria ido parar no "lixo da história", segundo o político alemão do Partido Social Democrático. O conselho de cooperação OTAN-Rússia seria, neste contexto, "um progresso histórico".

Não obstante, Moscou continua considerando a OTAN uma aliança militar, pelo que não vê de bom grado a sua planejada expansão para o Leste, com a admissão de novos membros, países antes pertencentes ao Bloco de Varsóvia. Ivanov, contudo, considerou a ampliação da OTAN "um problema da OTAN e não da Rússia", o que seu anfitrião interpretou como um sinal da "posição construtiva de Moscou".

Distensão após conflito Leste-Oeste

- A questão parece ser apenas retórica, pois o governo russo não mudou sua posição. No entanto, é evidente a distensão desde a criação do conselho de cooperação. No final de maio, um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores caracterizara a ampliação da OTAN de "um erro notório", por não significar maior segurança nem para a OTAN, nem para os seus novos membros.

Em novembro, a OTAN irá discutir sobre a admissão de até sete ex-países comunistas da Europa Oriental. Scharping e Ivanov pretendem conversar ainda sobre temas da cooperação teuto-russa e a escalada do conflito na Caxemira, entre a Índia e o Paquistão.

EUA exigem especialização na OTAN

Quem vai à região nos próximos dias, em missão de mediação, é o secretário norte-americano da Defesa, Donald Rumsfeld, cuja agenda também inclui uma visita ao Kuweit, Catar e Barein. Rumsfeld conclamou os países-membros da OTAN a se especializarem em certas tarefas dentro da aliança militar. "Cada país deveria se concentrar especialmente no terreno em que pode prestar a contribuição mais efetiva", disse Rumsfeld, neste sábado (08.06), em Tallinn. Na capital da Estônia ele se reuniu com seus colegas de pasta dos países bálticos e escandinavos. As conversações giraram em torno do combate ao terrorismo, bem como de tarefas militares e cooperação regional.

"Quanto maior o número de países a entrarem para a OTAN, melhor será a aliança militar no futuro", disse Donald Rumsfeld, reiterando seu apoio à ampliação. Os países bálticos - Estônia, Lituânia e Letônia - tiveram um desenvolvimento notório, segundo ele. A decisão sobre o seu ingresso, considerada altamente sensível pela Rússia devido à proximidade com seu território, deverá ser tomada durante o encontro de cúpula da OTAN, em novembro, em Praga.