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Israel aprova alimentação forçada de presos em greve de fome

30 de julho de 2015

Para críticos, medida, que deve ser autorizada por um juiz, equivale à tortura e é "cruel, perigosa e desnecessária". Palestinos têm feito greves de fome como forma de protesto, e governo teme que morte acirre tensões.

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Foto: Reuters

O Parlamento de Israel aprovou nesta quinta-feira (30/07) uma lei que autoriza a alimentação forçada de prisioneiros em greve de fome. Foram 46 votos a favor, 40 contra e 34 abstenções, na terceira e última apreciação da matéria.

O projeto de lei, que estava em tramitação há vários anos, gera controvérsia. A aprovação foi um dos primeiros movimentos legislativos do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu desde que foi reeleito em março deste ano. As últimas eleições resultaram na coalizão mais de direita do país em décadas.

Segundo o texto, diretores de presídios podem solicitar à Justiça permissão para alimentar os presos forçosamente, caso haja recomendação médica. A corte deve levar em conta os perigos da alimentação forçada, o nível de invasão, o estado mental do preso e a opinião dele sobre a questão.

De acordo com o texto, os oficiais devem utilizar de todos os meios à disposição para persuadir os presos a encerrar a greve de fome. Se a alimentação forçada for necessária, a lei prevê que ela seja feita da "forma mais digna possível."

A lei se aplica a todos os presos do sistema carcerário de Israel. Prisioneiros palestinos têm feito uma série de rodadas de greve de fome nos últimos anos como forma de pressionar o governo e chamar atenção para detenções com tempo indefinido e sem julgamento.

Israel teme que a possível morte de um prisioneiro em greve de fome traga inquietação e, por isso, já chegou a atender demandas e até libertar alguns presos.

"A greve de fome dos terroristas que estão na prisão se tornou uma ferramenta para pressionar e ameaçar o Estado de Israel e levar à libertação de terroristas", disse o ministro de Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan.

Parlamentares contrários à lei a consideram "cruel, perigosa e desnecessária". Eles argumentam que a alimentação forçada é equivalente à tortura e ilegal de acordo com leis internacionais.

A organização Médicos pelos Direitos Humanos - Israel afirmou que a lei é "vergonhosa" e "horrenda" e revela a "real face antidemocrática" dos parlamentares conservadores que aprovaram a proposta. "A lei força a comunidade médica a violar severamente a ética para ganhos políticos", diz um comunicado divulgado pela entidade.

KG/dpa/ap