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ISAF não impede o assassinato de ministro afegão

(am)15 de fevereiro de 2002

O assassinato do ministro afegão dos Transportes, Abdul Rahman, abalou a confiança nas tropas internacionais responsáveis pela segurança na capital do Afeganistão.

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O ministro Abdul Rahman foi morto no aeroporto de CabulFoto: AP

O Ministério alemão da Defesa esclareceu em Berlim que a Força Internacional de Segurança do Afeganistão (ISAF), da qual faz parte um contingente alemão, não é responsável pelo policiamento do setor civil do aeroporto de Cabul. Somente o setor militar é controlado pelas tropas internacionais, onde a segurança está atualmente a cargo dos soldados franceses.

Abdul Rahman foi retirado do avião em que se encontrava por uma turba de peregrinos que se encontrava à espera de vôo para Meca. Em seguida, um grupo de homens rodeou o ministro afegão, espancando-o até à morte. A maneira como a ação transcorreu, gerou a suspeita de que o "linchamento" tinha sido premeditado e provocado por agitadores políticos.

Esta suspeita foi confirmada posteriormente pelo governo do Afeganistão. Segundo informação divulgada pelo ministro da Cultura, Sajed Raheen, os autores do atentado foram altos oficiais de segurança. Quatro pessoas foram presas, entre elas dois generais. Outras três conseguiram fugir, misturando-se entre peregrinos que embarcaram num avião com destino à Arábia Saudita. O motivo do atentado foi vingança pessoal, afirmou Sajed Raheen.

Os soldados da ISAF, que se encontravam no aeroporto, foram testemunhas oculares do atentado, mas não tiveram condições de impedi-lo.

Ministro britânico em Cabul

O assassinato do ministro afegão ocorreu pouco antes da chegada a Cabul do ministro britânico das Relações Exteriores. Jack Straw viajou à capital afegã para contatos políticos com Hamid Karsai, chefe do governo provisório do Afeganistão, bem como para uma visita às tropas britânicas que integram a ISAF.

Logo após as suas primeiras conversações com as autoridades afegãs, Jack Straw afirmara existir suspeitas concretas de que o assassinato do ministro Abdul Rahman não tinha sido ato espontâneo de uma turba enfurecida e que existiria provavelmente uma conspiração por trás do crime.

A visita de Jack Straw foi abalada não apenas pelo atentado contra Abdul Rahman. Poucas horas depois do incidente no aeroporto, milhares de pessoas provocaram novo tumulto, tentando forçar a entrada no estádio de Cabul, já inteiramente lotado, para assistir a uma partida de futebol entre os soldados da ISAF e uma equipe local. Os soldados alemães e holandeses, encarregados da segurança no estádio, tiveram de dar tiros de advertência e usar cassetetes para conter a multidão.