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Irã e potências terão uma semana para chegar a acordo

1 de julho de 2015

Apesar da prorrogação, Teerã e Grupo 5+1 afirmam que compromisso em relação ao programa nuclear está próximo. Obama diz não aceitar um "mau acordo" e presidente iraniano ameaça com retomada dos projetos atômicos.

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Foto: Reuters/C. Barria

As negociações entre o Irã e as potências mundiais por um acordo sobre o programa nuclear iraniano não obtiveram resultados até o dia 30 de junho – data estabelecida como prazo final após um primeiro entendimento entre ambas as partes no início de abril.

Preventivamente, os envolvidos nas conversações se deram mais uma semana, prorrogando as negociações até sete de julho. Consequentemente, a suspensão das sanções econômicas, impostas como medidas punitivas em novembro de 2013, também foram prolongadas.

A data tinha sido originalmente determinada como o culminar de quase dois anos de negociações primeiramente secretas e, em seguida, públicas voltadas para assegurar ao mundo que o Irã não tenha condições de produzir armas nucleares e, consequentemente, livrar o país da supressão de dezenas de bilhões de dólares que deixam de movimentar a economia iraniana devido às sanções internacionais.

No fim de semana, em Viena, autoridades governamentais disseram que um acordo está próximo, e o ministro do Exterior do Irã voltou ao país para novas consultas. Após um dia de interrupção, as negociações entre Irã e o chamado Grupo 5+1 – composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia) mais a Alemanha – foram retomadas nesta terça-feira (30/06).

Obama diz não aceitar um mau acordo

Em Washington, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que não haverá acordo na próxima semana se as inspeções e os requisitos de verificações forem insuficientes. "Irei me afastar das negociações se, de fato, elas levarem a um mau acordo", disse Obama, acrescentando que ainda é incerto se Teerã pode realizar os compromissos assumidos num acordo preliminar assinado na Suíça em abril.

"Tem havido muita conversa do lado iraniano dos negociadores sobre se o Irã realmente pode cumprir alguns dos termos acordados em Lausanne. Se eles não podem, isso será um problema.", explicou Obama. "Se não podemos fornecer garantias de que os caminhos do Irã para a obtenção de uma arma nuclear estão fechados e se não podemos verificar isso, pois o regime de inspeções é inadequado, então não vamos chegar a um acordo."

O prolongamento das negociações, porém, também tem conotações políticas. Um acordo em 7 de julho dará tempo de a administração de Obama submeter o acordo ao Congresso americano até nove de julho. O Congresso então teria 30 dias para analisá-lo – tempo no qual Obama não poderá aliviar as sanções econômicas. Se os negociadores chegarem a um acordo após 9 de julho, o período de revisão do Congresso americano se estenderia até 60 dias.

Avanços na redução do estoque de urânio

Quanto à redução do estoque de urânio enriquecido, diplomatas garantiram que o Irã removeu um potencial obstáculo para um acordo nuclear, conforme relatório de especialistas que estiveram observando as instalações de perto ao longo das últimas semanas.

Teerã havia concordado em diminuir o arsenal de urânio enriquecido para cerca de 7,6 toneladas e em transformar o restante numa forma que seria difícil de converter para uso bélico. O Irã precisa chegar a este valor até terça-feira. Há um mês, a Agência Nuclear da ONU comunicou que o estoque iraniano ainda era superior a oito toneladas.

Com o tempo de negociações se esgotando, o presidente do Irã, Hassan Rohani, alertou que o país retomará os trabalhos nucleares interrompidos caso as potências mundiais mudem os itens da proposta para um acordo.

"Se chegarmos a um acordo, ambos os lados devem estar comprometidos com isso", disse Rohani à agência estatal de notícias Irna. "Se o outro lado viola o acordo, vamos voltar ao trajeto velho mais forte do que o que eles conseguem imaginar."

PV/ap/rtr/afp