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Iraque aprova pacote anticorrupção

11 de agosto de 2015

Após pressão popular, parlamentares votam a favor de medidas para combater a corrupção e reduzir os gastos públicos. ONU saúda decisão, afirmando que insatisfação generalizada abre espaço para grupos terroristas.

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Foto: picture-alliance/dpa/A. Abbas

O parlamento do Iraque aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (11/08) um ambicioso pacote de reformas com o objetivo de combater a corrupção e o desperdício de recursos públicos. A decisão foi tomada depois de semanas de protestos.

Discussões acaloradas e atrasos haviam barrado esforços anteriores para aprovar as medidas, mas, desta vez, os parlamentares aprovaram o pacote sem debates. O clérigo xiita mais reverenciado do Iraque, grande aiatolá Ali al-Sistani, apoiou o plano, que foi anunciado no último domingo em meio a crescente pressão popular.

A população vinha protestando contra corrupção e má gestão com o foco nas frequentes quedas de energia, que tornaram uma recente onda de calor ainda mais difícil de suportar.

Após o parlamento aprovar as medidas, o primeiro-ministro Haider al-Abadi se dirigiu aos iraquianos numa mensagem em sua página no Facebook. Ele prometeu "seguir adiante no caminho da reforma, mesmo que isso me custe a vida, com a confiança em Deus e o apoio do povo".

As reformas, propostas pelo próprio Abadi, preveem o corte de gastos e a extinção dos gabinetes de três vice-presidentes e três primeiros-ministros adjuntos, cargos simbólicos. O pacote também inclui a expansão dos poderes do primeiro-ministro.

A missão da ONU para o Iraque (Unami) elogiou o pacote, dizendo que vai "fortalecer a unidade nacional e acelerar a reconciliação em tempos em que todos os iraquianos honestos precisam unir esforços na luta contra o terrorismo".

O chefe da Unami, Gyorgy Busztin, disse que "corrupção e ineficiência criam insatisfação generalizada e legítima, que pode ser aproveitada por grupos terroristas para seus próprios fins".

O governo em Bagdá enfrenta uma série de desafios, incluindo a guerra contra o grupo extremista "Estado Islâmico", que já capturou um terço do Iraque e da Síria. Forças iraquianas e combatentes curdos, apoiados por ataques aéreos dos EUA, conseguiram retomar algumas áreas, mas confrontos entre os insurgentes e forças de segurança continuam.

LPF/ap/afp