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Investigadores consideram conexão terrorista na Califórnia

4 de dezembro de 2015

Atiradores no ataque em San Bernardino supostamente tiveram contato com radicais islâmicos e podem ter sido radicalizados. Arsenal de armas e explosivos é encontrado na casa do casal. Imã descarta motivação religiosa.

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Autoridades locais examinam carro usado pelo casal de atiradores em San Bernardino
Foto: Getty Images/AFP/S. M. Haffey

Autoridades de inteligência dos EUA divulgaram que o atirador do ataque em San Bernardino fez contato nas redes sociais com extremistas islâmicos conhecidos. Com novos detalhes sobre o ataque, investigadores tentam determinar se o incidente que matou 14 pessoas na quarta-feira (02/12) foi um ato de terrorismo islâmico.

A polícia local afirmou que o atirador Syed Rizwan Farook e sua esposa, Tashfeen Malik, possuíam munição e bombas suficientes para matar centenas de pessoas no momento do ataque ao centro de assistência a portadores de deficiência onde Farook trabalhava.

Vestindo uniformes pretos de combate, ambos usaram ao menos 75 cartuchos de munição dentro do auditório, matando 14 pessoas e deixando outras 21 feridas em uma festa de fim de ano dos funcionários. Quatro horas depois, após uma perseguição policial, o casal foi morto num tiroteio com a polícia. No confronto, o casal utilizou outros 76 cartuchos.

Autoridades afirmaram que o ataque tinha sido planejado meticulosamente. "Houve obviamente uma missão aqui. Sabemos disso. Mas não sabemos por quê. Não sabemos se isso [a festa] era o alvo intencionado ou se houve algo que desencadeou uma reação imediata dele", disse o diretor-assistente do FBI em Los Angeles, David Bowdich.

Imã desmente radicalização

San Bernardino, CA, USA, Trauernde mit Kerzen nach der Schießerei
Diversas vigílias foram realizadas em San Bernardino em homenagem às vítimas do ataqueFoto: Reuters

De acordo com outra autoridade do FBI, que falou sob condição de anonimato, o casal nunca esteve no radar das autoridades antes. Segundo o jornal americano New York Times, a polícia federal americana está tratando o incidente como um potencial ato terrorista, mas acrescentou ser cedo demais para chegar a qualquer conclusão.

Um imã local rejeitou os relatos de conexão religiosa com o ataque. "Nós não vimos nenhum sinal de radicalização", disse Mahmood Navi, da comunidade al-Uloom al-Islamiyah, sobre o atirador Farook, que era cidadão americano e muçulmano.

Farook participou de uma peregrinação a Meca em 2013 e visitava regularmente a mesquita nos EUA. Outro clérigo descreveu o atirador como "calmo, tímido e reservado". Ele também rejeitou que Farook tenha cometido o crime por motivos religiosos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que um ataque terrorista não pode ser descartado no caso, mas lembrou à população americana de que os fatos ainda não haviam sido estabelecidos. "Neste estágio, nós ainda não sabemos por que este terrível incidente ocorreu", disse. "É possível que tenha relações terroristas, mas nós não sabemos. Também é possível que tenha sido relacionado ao local de trabalho."

Com apenas um pouco mais de um ano no cargo, o presidente americano tem apelado repetidamente ao Congresso majoritariamente republicano para que aprove leis de armas mais rígidas nos EUA, após um aumento significativo no número de fuzilamentos em massa no país nos últimos anos.

O atentado em San Bernardino foi o tiroteio em massa mais mortal nos EUA desde o ataque à escola primária Sandy Hook em Newton, no estado de Connecticut, em 2012. Na época, 26 pessoas morreram, incluindo 20 crianças.

Arsenal de armas

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Polícia local afirma ter encontrado mais de 12 bombas e três mil rodadas de munição numa casa do casalFoto: picture-alliance/dpa

O incidente em San Bernardino poderia ter sido mais grave. O casal deixou três bombas com um dispositivo de controle remoto no centro de serviço social, que aparentemente não detonaram devido a um defeito. No carro do casal a polícia encontrou mais 1.600 cartuchos de munição.

Além disso, numa casa na cidade vizinha de Redlands, os dois mantinham mais de uma dúzia de bombas e outros três mil cartuchos de munição, segundo declarações da polícia local. Há relatos também de que os atiradores destruíram celulares e um disco-rígico de um computador para tentar apagar pistas.

Autoridades identificaram as vítimas do tiroteio como seis mulheres e oito homens entre 26 e 60 anos, em sua maioria funcionários municipais e colegas de Farook, que trabalhou como inspetor ambiental para o departamento de saúde. Ao todo 21 pessoas ficaram feridas, incluindo dois policiais. Dois feridos se encontram em estado crítico.

O casal Farook e Malik tinha uma filha de seis meses de idade, que eles deixaram com a mãe de Farook antes do tiroteio.

PV/afp/ap/dpa/rtr