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Inundações: o difícil retorno à normalidade

lk2 de setembro de 2002

Três semanas após as enchentes que assolaram sudeste, leste e norte da Alemanha, o cotidiano só se restabelece lentamente.

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Faxina e reconstrução determinam o dia-a-dia nas regiões afetadasFoto: AP

Temporais e chuvas fortes despertaram nos moradores de algumas localidades no leste da Alemanha a sensação de um pesadelo se repetindo, neste fim de semana. As lembranças recentes de água subindo, invadindo e destruindo tudo pelo caminho se reavivaram.

Por sorte, o fenômeno se manteve localizado; alguns riachos chegaram a inchar, mas no todo as chuvas do fim de semana não tiveram influência no nível dos rios, que continuaram baixando, chegando aos níveis costumeiros em grande parte das regiões atingidas pelas inundações nas últimas três semanas.

Volta à casa —

A última cidade a suspender a evacuação dos habitantes cujas casas foram invadidas pelas águas foi Bitterfeld. No sábado (31 de agosto), puderam regressar às suas casas os últimos 500 moradores da cidade de 17 mil habitantes, que teve um terço de sua superfície inundada pelas enxurradas.

Milhares de incansáveis voluntários trabalham por toda parte, bombeando água dos porões, limpando o lamaçal deixado pela enxurrada, demolindo imóveis irrecuperáveis, escorando outros ameaçados de ruir, reconstruindo trilhos e instalações elétricas e de telefone.

Sinais de normalidade —

O tráfego de barcos para passeios sobre o Elba foi restabelecido em Dresden, neste fim de semana; o museu Zwinger reabriu suas portas; na estação ferroviária, chegou nesta segunda-feira (02) o primeiro trem de longa distância, procedente de Berlim. Os primeiros turistas do pós-dilúvio aventuraram-se pela cidade conhecida por "Florença do Elba", que espera agora ansiosamente por eles. Os prejuízos no setor hoteleiro e gastronômico foram enormes nestas três semanas; os hotéis continuam se ressentindo da falta de hóspedes.

Solidariedade —

Ainda é impossível quantificar quanto será necessário investir para os imensos trabalhos de reconstrução. Em muitos lugares, tudo o que foi feito em quase 12 anos desde a reunificação da Alemanha foi literalmente por água abaixo.

A questão do financiamento público dos prejuízos é tema de acalorados debates partidários, acirrados pelo clima de campanha eleitoral. Mas os primeiros recursos já estão sendo colocados pelo governo à disposição de particulares e empresas afetados.

A onda de solidariedade ímpar no país, que se expressa no volume nunca antes atingido de doações num total de 200 milhões de euros arrecadados por entidades de ajuda humanitária, levou o chanceler federal Gerhard Schröder a afirmar que a unificação agora também foi consumada na mente e no coração dos alemães.