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Intelectuais desapontados com coalizão vermelho-verde

Laís Kalka13 de novembro de 2001

Dois dias após encontro com chanceler federal Gerhard Schröder, intelectuais e escritores publicam manifesto expressando decepção.

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Em manifesto divulgado segunda-feira (12), em Berlim, 170 signatários expressam seu desapontamento com a coalizão entre social-democratas e verdes que governa a Alemanha desde 1998. Entre os integrantes do manifesto, além de membros do Partido Social Democrático (SPD) e de representantes das Igrejas e dos sindicatos, encontram-se conhecidos intelectuais, entre os quais Günter Grass, Walter Jens, Friedrich Schorlemmer, Peter Rühmkorf e o presidente da Associação de Escritores, Fred Breinersdorfer.

Dois dias após o encontro do chanceler federal Gerhard Schröder com escritores e intelectuais, os signatários alertam no manifesto, publicado pelo gravador Klaus Staeck e o escritor Johano Strasser, para a "completa economização" da sociedade, que seria um caminho para a barbárie. "Onde os critérios de sucesso econômico do capitalismo globalizado se tornam parâmetro para a escala de valores da sociedade, existe o risco de um novo tipo de totalitarismo."

Enorme decepção — Muito pouco daquilo que eles esperavam, e os levou a propagar, na época, o voto no SPD e no Partido Verde, foi de fato encarado pela coalizão nestes quase três anos de governo, afirmam os signatários na carta aberta, que foi encaminhada também ao secretário-geral do SPD e ao diretório do Partido Verde. "A decepção é enorme", resumiu Staeck.

O manifesto repreende principalmente que os dois partidos não tenham um perfil nítido, não oferecendo uma alternativa às concepções neoliberais de modernização. Uma política que aposta na privatização e desregulamentação só vai agravar o desemprego e a pobreza, afirmam eles, alegando querer, com seu manifesto, conferir voz aos que se tornaram mudos nas bases partidárias.