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Curso de alemão para profissionais brasileiros

Renata Martins
19 de dezembro de 2017

Em busca de trabalhadores das áreas de saúde, TI e engenharia, Agência Federal de Emprego da Alemanha faz parceria com Instituto Goethe do Rio, que oferece curso intensivo a partir de janeiro.

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Dois engenheiros analisam plano de construção.
Engenheiros e especialistas em TI são alguns dos profissionais buscados na AlemanhaFoto: Imago/Westend61

Diante da escassez de profissionais qualificados em áreas como engenharia de automação e elétrica, metalurgia, tecnologia da informação (TI) e enfermagem, a Alemanha realiza, pela primeira vez, uma busca ativa por profissionais brasileiros, e, para ajudá-los a superar a barreira do idioma, fez uma parceria com o Instituto Goethe do Rio de Janeiro.

O pré-requisito de ter domínio intermediário-avançado do idioma alemão – o que corresponde ao nível B2 do Quadro Europeu Comum de Referência de Línguas – é uma das principais dificuldades enfrentadas por candidatos brasileiros a vagas de emprego na Alemanha.  

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Como resultado de uma parceria com a Agência Federal de Emprego da Alemanha (Bundesagentur für Arbeit), o Instituto Goethe do Rio de Janeiro oferecerá a partir de janeiro o curso especial "Alemão: do A1 ao B2 em 10 meses".

O curso voltado para possíveis candidatos das áreas citadas acima, além de cuidadores de idosos e técnicos de aquecimento e de climatização. Mesmo com uma taxa de desemprego em torno de 5,3%, a Alemanha tem vagas excedentes nesses setores.

A ideia de criar o curso veio após o grande interesse de profissionais brasileiros pela Alemanha verificado no evento informativo "Quero trabalhar na Alemanha!", realizado no Rio de Janeiro e em São Paulo pela Agência Federal de Emprego da Alemanha e pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK). 

"Criamos o curso especial para os profissionais das áreas sinalizadas pela agência que desejam emigrar para a Alemanha em 2018. Esta pode ser uma oportunidade única de ganhar experiência internacional", explica Susan Zerwinsky, vice-diretora geral e diretora de ensino do Instituto Goethe do Rio de Janeiro.

O curso é dividido em dois módulos. A primeira parte terá a duração de dez meses, indo do nível inicial A1 ao intermediário B1 e abrangendo toda a base gramatical e vocabulário geral. No final desse módulo está prevista uma primeira aproximação dos candidatos com as vagas e empresas interessadas em profissionais brasileiros, com a mediação da Agência Federal de Emprego.

Se houver interesse de uma empresa, o candidato pode conseguir um subsídio para o segundo módulo do curso, o nível B2, cuja duração é de três meses e tem como foco o vocabulário específico para o ambiente laboral. Certificados oficiais de proficiência no idioma estão contemplados em ambos os módulos.

No entanto, o investimento de tempo e dinheiro no curso não é garantia de emprego na Alemanha. O Instituto Goethe ressalta que as vagas da Agência Federal de Emprego são de domínio público, todos podem ter acesso a elas e se candidatar diretamente com as empresas, preparando-se ou não com o curso intensivo do instituto. O trabalho do Instituto Goethe deve apenas facilitar o processo de sugestão de vagas de acordo com a formação e interesse do candidato.

Experiência piloto com enfermeiras

Neste ano, foi realizada uma experiência piloto com uma turma de enfermeiras. As 13 profissionais conseguiram avançar do nível básico até o nível B2 do idioma em seis meses, e todas foram empregadas por hospitais alemães.

A enfermeira Lorrane Sardinha Sarmento posa em frente à neve em Frankfurt.
A enfermeira Lorrane Sardinha Sarmento participou de curso piloto no Goethe e hoje trabalha em FrankfurtFoto: privat

Uma dessas profissionais, a fluminense Lorrane Sardinha Sarmento, de 24 anos, vive há dois meses em Frankfurt am Main.Com especialização em neonatologia, a enfermeira trabalha atualmente na unidade de bebês prematuros do Bürgerhospital da cidade. 

"O que me trouxe à Alemanha foi, principalmente, a qualidade de vida que posso ter aqui e o fato de poder exercer a minha profissão em um país desenvolvido, onde as UTIs têm todo subsídio necessário", disse em entrevista à DW Brasil.

Para Sarmento, a adaptação ao país e ao idioma não estão sendo uma grande dificuldade. "Fui bem recebida no ambiente de trabalho, os colegas me ajudam a me lembrar das palavras, dão dicas para o clima frio, das comidas típicas", conta.

"Como no Brasil eu fiz o B2 [e não um alemão técnico, específico para o hospital], as palavras do ambiente hospitalar eu aprendi na prática, com bloco e caneta na mão. As pessoas iam me falando e eu anotando para reler ao chegar em casa. De início foi mais difícil porque era tudo muito novo e muita informação de uma vez só. Mas agora, após dois meses, já estou adaptada."

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