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Instituto não crê em recuperação contínua da economia alemã

(am)9 de julho de 2002

O impulso da conjuntura econômica na Alemanha, tão propalado principalmente pelos políticos situacionistas, terá curta duração, segundo um estudo do conceituado Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), de Berlim.

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Porto de Hamburgo (foto): euro forte impede aumento das exportaçõesFoto: AP

No relatório divulgado em Berlim nesta terça-feira (09/07), sob o título de "Sommergrundlinien" ("Linhas básicas de verão"), o DIW prevê que a tímida revitalização da conjuntura econômica na Alemanha, no segundo semestre de 2002, não terá longa duração, terminando já no ano que vem. O Instituto prognosticou um crescimento econômico de apenas 0,6% para este ano e de 2% para 2003. O número médio de desempregados no corrente ano deverá ficar em torno de 4,2 milhões, de acordo com o documento.

Nesse relatório de verão, o DIW reduziu as expectativas anteriores, apresentadas no documento de primavera dos seis principais institutos alemães de pesquisa econômica, em abril passado. Há três meses, os prognósticos ainda falavam de um crescimento de 0,9% em 2002 e de 2,4% no ano que vem. E previra-se também uma média de desempregados abaixo dos 4 milhões.

Freios conjunturais

Na Alemanha, segundo o Instituto berlinense, os obstáculos para uma recuperação econômica contínua são bem maiores do que nos demais países da zona do euro. A valorização da moeda européia em relação ao dólar americano estaria freando a dinâmica do crescimento econômico no segundo semestre de 2002. Isto estaria impedindo, afirmam os peritos do DIW, um crescimento explosivo das exportações.

Como segundo fator negativo para a conjuntura alemã, o Instituto de Berlim citou a rigorosa política de austeridade do governo de Gerhard Schröder. A combinação dos dois fatores levou os peritos a prognosticarem um novo arrefecimento da conjuntura, já no primeiro semestre de 2003. Com isto, tampouco os problemas do mercado de trabalho poderão ser aliviados a curto prazo.

Entre os dados positivos, o DIW citou a perspectiva de um aumento do consumo privado na Alemanha, assim como os baixos níveis da inflação. O consumo deverá ser favorecido pelos recentes acordos de aumento salarial e pela pequena alta dos preços. Embora os aumentos salariais tenham sido suficientemente altos para propiciar um impulso no consumo, eles foram considerados como "bastante moderados", no que se refere à sua influência sobre os níveis da inflação.