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Instituto Goethe: "fórum e nicho cultural"

(gb / rf)2 de agosto de 2005

Jutta Limbach, presidente do Instituto Goethe, fala sobre o crescimento do número de alunos de alemão, elogia a cooperação com outras organizações e reflete sobre as condições de trabalho da instituição que dirige.

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Jutta Limbach: presidente do Instituto GoetheFoto: dpa

"O Instituto Goethe tem também o caráter de fórum, de um nicho, onde se pode entrar em contato com um tipo de literatura que geralmente não é facilmente acessível. Há uma preocupação em dispor livros e revistas que exponham acontecimentos políticos em sociedades democráticas. Já nas décadas passadas, se quisermos tomar exemplos históricos, intelectuais de oposição em Lisboa ou Madri, durante as ditaduras em Portugal e na Espanha, encontravam aí a possibilidade de conhecer determinado tipo de literatura que não era publicada sob o governo Franco, por exemplo", relata Jutta Limbach.

Adaptação à realidade local

Em países sob regimes políticos instáveis, comenta a presidente do Instituto Goethe, é comum que se tente, antes de propagar uma "literatura clássica", se adaptar à situação local. "É o que fazemos há muito, especialmente em regiões do planeta que não possuem sistemas democráticos. É claro que temos que refletir bem sobre os temas a serem apresentados e debatidos. Pois conhecemos boas obras poéticas, por exemplo, que falam da transição da ditadura à democracia. Alguns desses trabalhos têm a divisão alemã como tema, sendo, assim, textos que despertam o interesse principalmente em países que também vivem uma divisão política", diz Limbach.

Em Israel e em Ramallah, por exemplo, são realizados com freqüência eventos que tratam da violência. Mesmo que, para isso, a forma de aproximação do assunto seja através de obras de arte ou literárias relacionadas à temática.

Multiplicidade dentro da unidade

No momento, o Instituto Goethe está experimentando uma nova forma de intercâmbio cultural em Ramallah, onde foi montado um centro cultural de cooperação franco-alemão. "Um modelo de futuro, que procuramos estabelecer também em outros lugares do mundo", descreve Limbach.

Há poucas semanas, foi organizada no Instituto de Cervantes, em Berlim, uma homenagem "à cultura da memória". O trabalho conjunto com a instituição espanhola prova, segundo Limbach, que a multiplicidade cultural continua sendo uma das prioridades dentro da União Européia.

Alvo de atentados?

A possibilidade de que o Instituto Goethe possa vir a ser alvo de atentados, como o ocorrido contra a instituição em abril último, em Togo, não é vista por Limbach como uma ameaça real. "Na verdade, o ocorrido teve pouco a ver conosco. O que se queria era atingir a política alemã, sendo que o Instituto Goethe serviu como uma espécie de alvo substituto."

Goethe-Institut
O Instituto Goethe em Salvador da BahiaFoto: dpa

A intenção é reconstruir o mais de depressa possível as instalações destruídas nos atentados, para que os interessados no país possam continuar tendo acesso a informações sobre o cenário cultural alemão.

Fundado em 1951, o Instituto Goethe está presente em 77 países, entre estes o Brasil. Os mais de 140 Institutos em todo o mundo (cinco deles no Brasil) registraram um crescimento no número de estudantes de alemão de 143 mil no ano de 2000 para 154 mil em 2004.