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Serviço civil

28 de junho de 2010

Entidades filantrópicas temem encurtamento do serviço obrigatório civil na Alemanha. Uma alternativa para quem não deseja pegar em armas, ele passará de nove para seis meses, assim como o serviço militar obrigatório.

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Serviço é opção para quem não quer pegar em armasFoto: DW / Julia Carneiro

A partir de janeiro de 2011, o serviço obrigatório militar e civil na Alemanha será reduzido de nove para seis meses. Caso a obrigatoriedade do serviço militar venha a ser abolida, como recomenda o ministro alemão da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, também o serviço civil obrigatório seria abolido no país, o que colocaria instituições de caridade e de assistência social numa situação difícil. Calcula-se que isso deixaria um buraco de até 90 mil postos de trabalho no setor.

A Fundação Henriette, ligada a uma organização de caridade sob tutela da Igreja Luterana, é uma das que seriam atingidas pela medida. A entidade aumentou há pouco tempo o número de vagas ocupadas por prestadores do serviço civil obrigatório, elevando-as de 10 para 25.

Rapazes também criticam medida

A maioria dos jovens critica a redução do tempo de serviço civil obrigatório. Um deles é Julius Heidenreich: "A medida não nos ajuda muito. Se quisermos começar uma faculdade, teremos que esperar muito até o início do próximo semestre", afirma.

Também a organização luterana de diaconia da Baixa Saxônia alerta que o tempo entre o fim do serviço civil e o começo do curso universitário aumentaria de sete para nove meses. Durante este período, as famílias ou o governo teriam que disponibilizar fundos para auxiliar financeiramente os jovens.

Auxilio do Estado pode ser saída

Uma alternativa seria empregar os rapazes durante alguns meses adicionais sob as mesmas condições do serviço civil. Entidades assistencialistas que dependem mais dessa mão-de-obra cogitam, neste caso, pedir auxílio financeiro do governo.

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Mudança pode trazer dificuldades financeiras a entidades de assistência, dependentes de sua mão-de-obraFoto: AP

Outras instituições avaliam desde já abrir mão por completo dos prestadores de serviços civis, alegando que um engajamento de apenas seis meses não compensaria seu investimento em cursos introdutórios, palestras e férias.

Autoridades discordam de críticas

Entretanto, Jens Kreuter, representante do governo federal alemão para o serviço civil, discorda. "Tenho ouvido de muitos representantes de entidades que o fator econômico é apenas um argumento. Outro pelo menos tão importante diz respeito aos ganhos a médio e longo prazo", argumenta.

"Essas organizações, na posição de empregadoras, estão divulgando suas atividades, principalmente na área de assistência a deficientes. Milhares de jovens podem assim ter contato com o trabalho com pessoas, com deficientes, coisa que não teriam de outra forma", afirma.

"Esses jovens continuam sua vida como cidadãos, viram empreendedores no futuro e um dia poderão tomar decisões, por exemplo, sobre a distribuição de verbas. Muitas instituições têm grande interesse em divulgar de alguma forma o trabalho que realizam, independente se vale ou não a pena em cada caso individual", acredita.

Motivação difícil de substituir

Substituir prestadores de serviço civil por desempregados, através de vagas subsidiadas pelo governo, seria uma alternativa. No entanto, Utz Wewel, porta-voz da Diakonische Dienste Hannover (DDH), que administradora a Fundação Henriette, diz que não gostaria de abrir mão dos jovens.

"Os prestadores de serviço civil são importantes na composição do grupo. Nossas experiências com eles são as melhores possíveis. A motivação dos rapazes nessa idade é alta, pois eles se decidiram por vontade própria. São jovens que optaram pelo serviço civil em vez do militar."

Autora: Brigitte Lehnhoff (md)
Revisão: Rodrigo Rimon