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Insegurança nos mercados eleva preços do petróleo, gasolina e ouro

Neusa Soliz4 de abril de 2002

A crise no Oriente Médio e o chamado do Iraque a um embargo de petróleo agitam os mercados internacionais, provocando a alta dos preços. Os investidores compram ouro e na Alemanha a gasolina continua subindo.

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Plataforma de petróleo da ShellFoto: AP

A Comissão Européia apelou aos países produtores de petróleo para que garantam preços estáveis. "Não tenho dúvida de que os produtores irão manter o preço em níveis razoáveis e evitarão grandes oscilações", disse a comissária de Energia da União Européia, Loyola de Palacio, nesta quarta-feira (03), em Bruxelas.

Brent

- O petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, atingiu ontem (02) sua maior alta desde setembro. Na Bolsa de Londres, o barril foi negociado a US$ 27,63 para entrega em maio. Nesta quarta-feira, o preço caiu para US$ 27,32. As razões são o conflito no Oriente Médio e a incitação do Iraque para que os países árabes decretem um embargo de petróleo contra o Ocidente.

OPEP

- Segundo o secretariado da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo), o preço médio do barril subiu para 26 dólares até a noite de terça-feira (02). Isso representa um aumento de 40% desde o fim do ano passado, mas ainda continua dentro da margem de 22 a 28 dólares por barril, fixada pela organização. A OPEP pretende continuar observando os preços nos mercados. Seu secretário geral, Ali Rodriguez, disse que o cartel pretende manter as atuais quotas de extração.

Ouro

- Os acionistas voltaram a comprar ouro, desde a escalada do conflito no Oriente Médio. O preço da onça de ouro aumentou mais de três dólares, nesta quarta-feira, em Londres, onde foi cotada a 302 dólares. "O ouro é sempre um porto seguro quando há turbulências nas bolsas e no mundo", comentou Pierre Martin, da corretora DWS. E reina intranqüilidade nas bolsas de valores da Europa e dos EUA.

Gasolina

- A gasolina, conseqüentemente, está em alta na Europa. Em Rotterdam, o preço da tonelada aumentou 15 dólares para 265 dólares somente na terça-feira. Desde o início de março, os preços aumentaram ali 24% e, no mercado livre, até 36%. Na Alemanha, as companhias de petróleo e derivados tornaram a aumentar o preço do litro em mais três centavos de euro nesta quarta-feira. Assim, a gasolina atingiu seu preço mais alto nos últimos seis meses: 1,06 euro (normal) e 1,08 (super). A porta-voz da ExxonMobil, Grabriele Radke, atribuiu a alta à insegurança reinante nos mercados, em função da crise no Oriente Médio.

A crise e a conjuntura

- O economista Joachim Scheide, do Instituto da Economia Mundial, em Kiel, considera a alta do preço do petróleo um "assunto meramente político", sem razões econômicas. Ainda se estaria longe do limite de 30 dólares, que seria prejudicial à conjuntura. "A experiência mostra que uma alta baseada no medo não dura muito", ponderou.

O economista-chefe do Deutsche Bank, Norbert Walter, porém, teme que a crise no Oriente Médio prejudique a reativação da conjuntura, que está numa fase incipiente. Conforme disse à televisão da Deutsche Welle, se a tensão continuar ou aumentar, acabará afetando a recuperação econômica prevista para 2002, especialmente o consumo e os investimentos.

No parecer do ministro alemão da Economia, Werner Müller, os preços do petróleo não devem permanecer em nível alto e somente se passarem de 30 dólares por barril irão se refletir de forma negativa no desenvolvimento econômico do país. O ministro viaja no fim de semana a Oman e à Arábia Saudita. Embora sua visita já estivesse agendada há tempo, reveste-se de atualidade, diante da ameaça do Iraque e do Irã de usar o "petróleo como arma" contra o Ocidente.