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Informações independentes são escassas no Irã

Shahram Ahadi (smc)23 de maio de 2013

Em poucos países do mundo é tão difícil exercer o jornalismo quanto no Irã. Para os repórteres, é praticamente impossível fazer entrevistas e obter informações seguras devido ao medo de represálias.

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Foto: Fars

Logo após as últimas e controversas eleições presidenciais no Irã, em 2009, um grande número de jornalistas críticos foram presos ou forçados a optar pelo exílio. Um dos correspondentes da Deutsche Welle – que na época trabalhava para a redação em língua farsi da emissora e que deixou o Irã pouco após a eleição – afirmou que ele próprio teria virado notícia se tivesse permanecido por mais alguns dias no país.

De lá para cá, a situação no Irã se agravou continuamente, e para os jornalistas ficou cada vez mais difícil obter informações relevantes, especialmente para reportagens de cunho político-social. Quem se dispõe a cooperar com a mídia estrangeira que noticia sobre o Irã – como a Deutsche Welle, a BBC ou a Voice of America – tem que saber que terá que responder por isso.

Até mesmo entrevistas críticas sobre temas de esporte podem acarretar consequências desagradáveis. Alguns jornalistas que, a princípio, haviam concordado em escrever sob pseudônimo sobre as eleições presidenciais de 2013 para o especial da Deutsche Welle, desistiram posteriormente, temendo possíveis represálias.

Mahmoud Ahmadinejad Interview
Jogo de cartas marcadas: presidente Ahmadinedjad fala à imprensa iranianaFoto: MEHR

Tem sido extremamente difícil até mesmo realizar entrevistas por telefone com cidadãos ou especialistas do Irã. Via de regra, só após um enorme trabalho de convencimento os entrevistados concordaram em falar sobre determinados temas – e, então, naturalmente, só de forma anônima. As conversas abordavam temas cotidianos, como a inflação, falta de medicamentos ou o impacto econômico das sanções sobre o Irã.

Até mesmo um entrevistado alemão a serviço de uma organização humanitária quis permanecer completamente anônimo, a fim de não prejudicar o abastecimento de medicamentos da Alemanha para o Irã, promovido por sua organização.

No Estado controlador do Irã, onde telefonemas e e-mails são interceptados e mesmo os contatos via Skype são rastreados, a preocupação com a própria segurança é mais do que compreensível.

Entretanto, há sempre aqueles que têm a coragem de ser entrevistados e de falar sobre a situação no país. Tendo em conta os riscos existentes, são ainda mais valiosas essas vozes do Irã, apresentadas em várias reportagens do especial da Deutsche Welle sobre o Irã.