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Crise na construção

Agências (ca)22 de dezembro de 2008

Após período de bons negócios, setor alemão da construção espera, na melhor das hipóteses, estagnação do faturamento em 2009. Em outubro, número de novas encomendas caiu 20,5% em relação ao ano anterior.

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Tendência na indústria da construção alemã é decrescente, com diminuição de contratos

Segundo dados do Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha divulgados na semana passada, em outubro o volume de encomendas da indústria alemã da construção teve sua maior queda em quase quatro anos. Em comparação com o mesmo mês de 2007, a quantidade de novos contratos caiu 20,5%.

De janeiro a outubro, o número de encomendas diminuiu 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Devido à recessão, a tendência deste ano mostrou-se decrescente e, para 2009, o setor espera uma estagnação no faturamento, na melhor das hipóteses.

Muitas empresas do setor já iniciaram cortes de postos de trabalho. Até o final de outubro, firmas alemãs de construção civil ocuparam 14 mil trabalhadores a menos que no ano anterior. Segundo a Federação Alemã da Indústria da Construção (BVB), o setor deverá dispensar 40 mil empregados no ano que vem.

Em outros países europeus, como a Irlanda, espera-se a curto prazo uma diminuição pela metade do setor construtivo. Por esse motivo, muitos arquitetos irlandeses estão partindo para Catar ou para Abu Dhabi, um dos Emirados Árabes Unidos, onde a crise ainda não atingiu a conjuntura do setor construtivo.

Programa de estímulo à economia

Wüstenmetropole Abu Dhabi Skyline lockt mit Luxus
Setor ainda é atraente em Abu DhabiFoto: picture-alliance/dpa

Com vista à enfraquecida situação econômica e à esperada diminuição do número de postos de trabalho, a BVB exige mais investimentos de infra-estrutura em nível comunal. "Sugerimos que 10 bilhões de euros para melhorias de infra-estrutura sejam colocados à disposição dos municípios nos próximos dois anos", afirmou o presidente da federação, Karl-Heinz Schneider. "Somente investimentos construtivos estabilizam a atividade econômica interna", explicou.

Por esse motivo, a notícia do novo programa conjuntural de estímulo à economia, anunciada na semana passada pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, agradou muito ao setor alemão de construção. "A reserva de encomenda está cada vez menor", afirmou Schneider.

O presidente da BVB explicou ainda que no setor, que no passado foi um dos motores da economia alemã, muitas empresas tiveram que adiar investimentos planejados.

Necessidade de recuperar tempo perdido

Herbert Bodner Vorstandschef Bilfinger Berger und Vizepräsident des BDI
Bodner saudou programa governamentalFoto: picture-alliance/ dpa

Em visita recente que fez a uma creche berlinense, ao lado do ministro alemão dos Transportes, Obras e Planejamento Urbano, Wolfgang Tiefensee, o presidente da construtora Bilfinger Berger e novo vice-presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI), Herbert Bodner, declarou que todo cidadão alemão pode ver com seus próprios olhos que – não somente em Berlim – as prefeituras alemãs deixaram prédios públicos deteriorar.

Bodner avaliou em 70 bilhões de euros o volume de investimentos necessários, a curto prazo, para a melhoria da infra-estrutura nos municípios alemães. Para ele, a necessidade de recuperar o tempo perdido em matéria de melhoria infra-estrutural inclui a urgentemente necessária reforma de prédios escolares e de creches, a renovação de 450 mil quilômetros de canalização pública e a recuperação da rede rodoviária municipal, o que deverá custar cerca de 30 bilhões de euros.

"A indústria alemã da construção apóia a intenção do governo alemão de priorizar a infra-estrutura municipal no planejado programa conjuntural", afirmou o empresário. Especulações sobre uma eventual falta de capacidade da indústria da construção para atender o programa governamental foram refutadas por Bodner. O avanço da recessão irá liberar força de trabalho, explicou.