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Incêndio no Canadá dobra de tamanho

8 de maio de 2016

Aproximadamente 200 mil hectares estão cobertos por mais de 40 focos distintos em toda a província de Alberta. Corpo de bombeiros fala em meses para exinguir as chamas. Um quarto da produção de petróleo está suspenso.

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Chamas gigantescas numa área florestal na província canadense de Alberta
Foto: Reuters/Mark Blinch

Autoridades canadenses divulgaram que o incêndio florestal na província de Alberta permanece fora de controle. O corpo de bombeiros local afirmou que deve levar meses para extinguir as chamas que seguem devastando a região petrolífera no oeste do Canadá.

O fogo, que obrigou a evacuação da cidade de Fort McMurray, cobriu mais de 200 mil hectares (um hectar é o equivalente a 10 mil metros quadrados) no sábado (07/05), duplicando assim de tamanho em apenas um dia, segundo a Agência de Gestão de Emergência de Alberta.

Altas temperaturas, condições secas e ventos fortes são as condições ideiais para a propagação das chamas. A fumaça forçou o fechamento de projetos petrolíferos de areias betuminosas. "Este é um incêndio perigoso e imprevisível, um incêndio vicioso que está se alimentando de uma floresta boreal extremamente seca", disse o ministro da Segurança Pública do país, Ralph Goodale.

Seu comentário foi endossado pela governadora da província de Alberta, Rachel Notley. "Este incêndio está completamente fora de controle", disse, acrescentando que a evacuação dos campos de trabalho, para onde muitos residentes de Fort McMurray tinham fugido, está planejada para ser concluída neste domingo.

Ela comunicou ainda que cerca de 12 mil pessoas foram levadas de helicóptero da região nos últimos dois dias. E cerca de 7 mil moradores conseguiram sair em segurança pela única rodovia da região em comboios escoltados pela polícia canandense.

A polícia de Fort McMurray tem batido de porta em porta para encontrar moradores que ainda não deixaram a cidade, que conta com aproximadamente 100 mil habitantes. Mais de 80 mil já teriam deixado a cidade. Autoridades afirmam ser impossível prever quando os moradores poderão retornar, já que a rede de energia foi danificada e a água está contaminada.

Desde a eclosão dos incêndios em Alberta na semana passada, nenhuma morte diretamente relacionada foi registrada. No entanto, houve graves danos materiais, com pelo menos 1.600 casas e outros edifícios completamente queimados.

Residências em Fort McMurray completamente destruídas pelo incêndio florestal na província de Alberta
Residências em Fort McMurray completamente destruídas pelo incêndio florestal na província de AlbertaFoto: Getty Images/S.Olson

O chefe do corpo de bombeiros de Alberta, Chad Morrison, disse que um fogo destas dimensões em áreas florestais poderia continuar queimando durante meses. Ele afirmou que a propagação das chamas pode ser retardada por condições mais frias previstas nos próximos dias, mas acrescentou que uma grande precipitação seria necessária para ter qualquer impacto sobre as chamas.

Embora o fogo deva atingir as bordas da instalação de areias batuminosas de Suncor, cerca de 25 quilômetros ao norte de Fort McMurray, Morrison garantiu que não é provável que isso afetaria as minas petrolíferas. Esforços estão sendo feitos para proteger Suncor e diversos funcionários deixaram a área.

Outra empresa de petróleo que opera na região, Syncrude, cerca de 50 quilômetros ao norte de Fort McMurray, comunicou que também foi forçada pela fumaça a suspender os trabalhos e que removerá todo o pessoal do local.

As areias betuminosas de Alberta contêm a terceira maior reserva de petróleo do mundo, depois de Arábia Saudita e Venezuela. O fogo causou o corte de ao menos um quarto da produção de petróleo do Canadá, agravando o dano econômico estimulado pela recente queda dos preços do petróleo. Calcula-se uma perda de dezenas de milhões de dólares por dia.

No total, 43 incêndios distintos estão devastando a província de Alberta – sete deles estão completamente fora de controle. Mais de 1.400 bombeiros, cerca de 133 helicópteros, 200 maquinários pesados e mais de 27 aviões-tanque estão combatendo as chamas.

PV/rtr/ap/afp