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HQs e mangás: o quente em Frankfurt

lk11 de outubro de 2002

O setor das histórias em quadrinhos é o único da Feira do Livro de Frankfurt que não se queixa este ano de queda nas vendas. Pelo contrário. Pela terceira vez consecutiva, lhe é dedicado um setor especial.

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Cerca de 70 editoras estão representadas no setor especial da feira do Livro de Frankfurt intitulado "Comic". Quase todas vêm dos países em que as HQs têm tradição: EUA, França, Bélgica, também Alemanha, mas principalmente o Japão. É que os mangás são verdadeiros best-sellers e deixaram todos os concorrentes de outros países para trás. Até as mesas de debate organizadas pela feira giram em torno de um tema: o sucesso dos mangás na Alemanha.

As primeiras tentativas de trazer para terras germânicas a variante japonesa das histórias em quadrinhos não foram bem-sucedidas, mas nesse meio tempo o setor está passando por um boom nunca visto. Cerca de 80% do faturamento da editora Carlsen Comics, a maior do setor, fica por conta das histórias em preto-e-branco provenientes do Japão e impressas em formato de livros de bolso.

Familiaridade vs. diferenças culturais

Naquele país asiático, os mangás fazem parte do cotidiano. São vendidos aos milhões e versam sobre temas específicos, dependendo do público-alvo: meninas e meninos, crianças e adolescentes, donas de casa, idosos, executivos. Na Alemanha, eles atraem mais as crianças e os adolescentes e tornaram-se populares depois que a televisão passou a mostrar seriados de desenhos animados, como a do DragonBall, que conta as aventuras fantásticas de um garoto que dispõe de forças extraordinárias.

"As meninas até agora nunca se interessaram muito pelas HQs ocidentais, mas com os mangás a coisa é diferente: eles são um meio muito mais emocional, mais feminino, daí a gente tem de repente praticamente o dobro de leitores em potencial", esclarece Stefan Zeidnitz, da Feira do Livro de Frankfurt.

Embora as histórias sejam provenientes de outro círculo cultural, a identificação das crianças e adolescentes alemães com os heróis dos seriados é fácil: eles também têm espinhas no rosto, estão apaixonados pela primeira vez e, ainda assim, conseguem salvar o mundo.

Por outro lado, seu exoticismo — já o fato de terem de ser lidos à japonesa, ou seja, de trás para frente e da direita para a esquerda — contribui para despertar o interesse dos jovens leitores pela cultura do país de origem, acredita Wolfgang Strzyz, organizador deste setor na Feira de Frankfurt.

No embalo da onda, acabam ganhando inclusive as editoras menores, que se especializam nos clássicos do gênero: Lucky Luke, Asterix, Homem Aranha e Batman também vão bem, obrigado.