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Homo sapiens é mais antigo do que se pensava

7 de junho de 2017

Fósseis localizados no Marrocos têm cerca de 300 mil anos, 100 mil anos a mais do que os mais antigos de que se tinha conhecimento até então. Descoberta revoluciona pesquisa sobre origem humana.

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Formato do rosto dos fósseis encontrados no Marrocos é semelhante ao do Homo sapiens atual
Formato do rosto dos fósseis encontrados no Marrocos é semelhante ao do Homo sapiens atualFoto: picture-alliance/MPI EVA Leipzig/Philipp Gunz

Um grupo de pesquisadores localizou no Marrocos os fósseis mais antigos do Homo sapiens de que se tem conhecimento, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (07/06) pela revista Nature

O estudo revelou que os restos mortais, localizados num sítio arqueológico chamado Jebel Irhoud, a 150 quilômetros a oeste de Marrakesh, teriam cerca de 300 mil anos. Eles seriam, portanto, 100 mil mais antigos do que encontrados em Omo Kibish, na Etiópia, em 1967, considerados até então os mais velhos do mundo.

Entre os restos mortais descobertos no Marrocos estão crânios, dentes e ossos de membros de cinco indivíduos: três adultos, um adolescente e uma criança de cerca de oito anos de idade.

Fósseis foram descobertos no sítio arqueológico Jebel Irhoud
Fósseis foram descobertos no sítio arqueológico de Jebel Irhoud Foto: picture-alliance/MPI EVA Leipzig/Shannon McPherron

Análises indicaram que o cérebro dos fósseis era mais alongado do que o atual e que talvez, assim como forma, as funções cerebrais tenham evoluído apenas mais tarde. Já o formato do rosto dos fósseis encontrados é semelhante ao Homo sapiens atual.

Os restos mortais encontrados no Marrocos indicam ainda que o Homo sapiens migrou pelo continente africano antes de partir para outras regiões.

"Nossos dados mostram que o Homo sapiens já havia se espalhado há cerca de 300 mil anos pela África. Muito antes de o ser humano moderno deixar o continente", afirmou o paleoantropólogo francês Jean-Jacques Hublin, coordenador da pesquisa realizada pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha.

Um resto de crânio encontrado em Jebel Irhoud apresenta "um mosaico de características, incluindo morfologia facial, mandibular e dental que alinha esse material com restos humanos primitivos ou considerados anatomicamente modernos", destaca o estudo.

Junto com os fósseis foram encontrados em Jebel Irhoud ossos de animais de caça, como gazelas e zebras, e instrumentos feitos de pedra. A descoberta lança uma nova luz sobre a evolução e a origem da espécie humana.

CN/efe/rtr/ots/ap