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Hamburgo ganha novo espaço de fotografia

(sm / entrevista de Pascal Pfitzenmaier)14 de abril de 2005

Com um acervo de 12 mil fotos do fim do século 19 até hoje, a Casa de Fotografia inaugurada em Hamburgo é um dos poucos espaços dedicados exclusivamente a esta arte.

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Haus der Photographie, em HamburgoFoto: Deichtorhallen Hamburg

A Alemanha tem um novo endereço para imagens fotográficas: a Casa Internacional da Fotografia (Internacionales Haus de Photographie), inaugurada nesta quinta-feira (14), no centro de Hamburgo. O novo museu, instalado nos galpões bem iluminados da Deichtorhalle, um antigo mercado da cidade hanseática, foi criado com a intenção de estimular a percepção e apreciação da fotografia.

A Casa da Fotografia tem capacidade para realizar até três exposições simultaneamente e terá uma programação regular de simpósios e debates. A idéia partiu do colecionador Franz Christian Gundlach, também fotógrafo de moda.

Imagem do homem na fotogafia

Não é por falta de grandes coleções que a fotografia tem relativamente pouco espaço no cenário cultural alemão. Importantes acervos se encontram no Museu Ludwig, em Colônia, no Museu Folkwang, em Essen, no Museu Municipal de Munique, no Museu de Artes Aplicadas de Hamburgo e no Museu da Fotografia, em Berlim. A idéia do novo museu em Hamburgo é destacar apenas a fotografia, independente das outras artes.

Ohne Titel
Robert Mapplethorpe: Sem Título, fotografiaFoto: American Buddha

O museu foi criado a partir da coleção do galerista, fotógrafo, empresário, curador e professor F.C. Gundlach, que inclui 12 mil fotos, inclusive de muitos clássicos, como Helmut Newton, Robert Mapplethorpe e August Sander, além de artistas contemporâneos. Além desta representativa coleção de fotos de arte, o museu recebeu o abrangente arquivo de imagens da revista Spiegel como empréstimo permanente.

"O enfoque da minha coleção é a imagem do homem na fotografia", declarou Gundbach em entrevista à DW-WORLD. "Como sempre fotografei pessoas, tenho uma afinidade com a imagem humana. A coleção da Casa da Fotografia inclui fotos de 1860 até a atualidade, de forma que o tempo está inscrito em cada uma dessas imagens. Dá para ver como as pessoas estavam se sentindo no momento e como foram representadas. Quando a gente fotografa moda, está fotografando a pessoa como a vê no momento. No final, o que conta é a encenação, ou seja, a imagem que se faz de uma mulher e não a própria mulher."

Fotografia sem lobby

Gundbach, que iniciou sua carreira como fotógrafo de moda na década de 50, acha que a fotografia sempre foi subestimada em seu país. "Na Alemanha, a fotografia não tem o mesmo lobby que há em outros países, como os Estados Unidos, a França e a Suíça. Temos uma deficiência de divulgação desta mídia."

Para o fotógrafo e colecionador, a atual fase de transição das mídias analógicas para as digitais coloca a fotografia numa situação de crise. "Toda técnica nova resulta em imagens novas. O déficit que existia em relação à televisão foi recuperado, pois agora a imagem digital pode ser veiculada no mundo todo, ao contrário das fotos impressas. Agora estão surgindo os primeiros artistas capazes de fazer obras viáveis somente através de meios digitais."