1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Haider quer impedir ingresso da República Tcheca na UE

(sv)15 de janeiro de 2002

Partido do líder populista de direita coordena campanha de assinaturas contra usina nuclear tcheca, com o objetivo de vetar a entrada do vizinho na UE. A ação coloca em risco a coalizão de governo no país.

https://p.dw.com/p/1hTj
Protesto de ativistas austríacos contra a usina nuclear tcheca de TemelinFoto: AP

Foi iniciada nesta segunda-feira (14), na Áustria, uma coleta de assinaturas contra a usina nuclear tcheca Temelin, localizada a 50 quilômetros da fronteira austríaca. Coordenada pelo Partido Libertador (FPÖ) do líder de extrema direita Jörg Haider, a ação pretende reunir um total de 100 mil assinaturas, o que, segundo a legislação do país, faz com que o tema seja então levado ao Parlamento para votação.

Em algumas localidades, como por exemplo em Linz, foram formadas filas extensas de pessoas interessadas em participar do abaixo-assinado. A coleta de assinaturas, que deverá acontecer até o próximo dia 21, tem como objetivo forçar o governo austríaco a vetar o ingresso da República Tcheca na UE, caso a usina de Temelin não seja desativada completamente. Segundo o populista Haider, "quem tem filhos tem que votar contra Temelin".

Novas eleições

- O líder da bancada do FPÖ no Parlamento, Peter Westenthaler, afirmou que "a República Tcheca terá que optar entre a usina ou o ingresso na UE". Tanto o chanceler federal do país, Wolfgang Schüssel, quanto a oposição verde e social-democrata rejeitam o abaixo-assinado com veemência. Caso as 100 mil assinaturas sejam realmente coletadas, poderá ser quebrada a coalizão de governo entre o conservador Partido Popular (ÖVP) do chanceler Schüssel e os populistas de direita do FPÖ liderados por Haider, o que forçaria novas eleições no país.

Segundo Schüssel, "quem quiser evitar a existência da usina de Temelin ou torná-la mais segura, deverá negociar e buscar parceiros a nível europeu. Para isso não basta uma assinatura". O chanceler austríaco selou em novembro último um acordo com o primeiro-ministro tcheco, Milos Zeman, que prometeu acirrar as medidas de segurança em Temelin.

A usina nuclear, localizada próxima à fronteira austríaca e construída com reatores soviéticos, estremece já há meses as relações entre Praga e Viena. Em função de uma série de panes, a usina, em fase de testes desde outubro de 2000, teve suas atividades paralisadas por várias semanas. A previsão do governo tcheco é de que Temelin passe a ser utilizada para fins comerciais a partir de 2002. Nesta segunda-feira, a usina foi testada em sua capacidade máxima pelo terceiro dia consecutivo.